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Renzi sugere que pode renunciar se "não" vencer referendo

A reforma constitucional é uma das políticas fundamentais do governo de Renzi

Matteo Renzi: o primeiro-ministro reconheceu que tinha personalizado excessivamente a reforma (Vincent Kessler/Reuters)

Matteo Renzi: o primeiro-ministro reconheceu que tinha personalizado excessivamente a reforma (Vincent Kessler/Reuters)

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EFE

Publicado em 14 de novembro de 2016 às 12h14.

Roma - O primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, sugeriu nesta segunda-feira que poderia renunciar se em 4 de dezembro o "não" vencer o referendo sobre a reforma constitucional, ao afirmar que só pode ser primeiro-ministro se for capaz de mudar o país.

"Considero um grande privilégio ter servido ao país durante dois anos e meio, fiz algumas coisas neste tempo, estou orgulhoso de algumas das coisas que fiz", disse Renzi em entrevista à "Rádio Monte Carlo".

"Se tenho que estar no parlamento para fazer o mesmo que todos os outros que estiveram em meu cargo, me manter flutuando, isso não vai acontecer comigo. Só posso ser primeiro-ministro se puder mudar o país. Isso será visto em 5 de dezembro", acrescentou.

O primeiro-ministro reconheceu hoje de novo que se equivocou ao personalizar esta reforma constitucional que contempla, entre outras coisas, a supressão da função legislativa do Senado.

E lançou uma mensagem aos eleitores para a reunião eleitoral. "É minha culpa ter personalizado o referendo, sim, estou há três meses dizendo isso (...). Isto não é um voto sobre se gero simpatia ou antipatia, é um voto para o país. Peço àqueles que votam 'não' por antipatia que pensem".

Renzi defendeu a reforma porque permitirá, disse, "simplificar o país", enquanto se vencer o "não", considerou, "os políticos não mudarão nunca, manterão seus privilégios".

A reforma constitucional, que pretende acabar com o bicameralismo perfeito ao retirar do Senado a função legislativa, é uma das políticas fundamentais do governo de Renzi, que em um primeiro momento vinculou a consulta a sua continuidade no Executivo.

No entanto, alguns meses depois e perante o risco de que a oposição utilizasse o referendo como um voto contra sua gestão, o primeiro-ministro reconheceu que tinha personalizado excessivamente a reforma.

Se for aprovada, a norma transformará o Senado em uma câmara de representação territorial sem capacidade para legislar, onde o número de senadores passará de 315 a 100, que não serão escolhidos em pleito geral, mas durante as eleições regionais, entre prefeitos e conselheiros regionais.

Também não receberão salário por sua categoria de senadores, mas manterão a imunidade parlamentar.

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