Fumaça preta sai da Capela Sistina ao final das votações da manhã de quinta, 8 (Alberto Pizzoli/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 8 de maio de 2025 às 06h55.
Última atualização em 8 de maio de 2025 às 11h52.
O conclave para eleger o sucessor de Francisco chegou nesta quinta-feira, 8, em seu segundo dia, no qual os cardeais eleitores voltaram à Capela Sistina para seguir com a eleição de um novo papa.
Às 6h50 (11h50 no Vaticano), antes da previsão inicial, a chaminé da Capela Sistina soltou fumaça preta. Ou seja, não houve um vencedor nas duas primeiras votações desta quinta.
Em seguida, os cardeais vão almoçar. Haverá mais duas votações de tarde. Caso os líderes da igreja cheguem a um acordo na terceira apuração do dia, a fumaça branca poderá aparecer por volta das 12h em Brasília (17h no Vaticano). Se não houver consenso, não há fumaça.
A quarta rodada do dia, se for necessária, deve terminar perto das 14h em Brasília. Neste horário, haverá emissão de fumaça branca ou preta.
A TV do Vaticano exibe imagens ao vivo da chaminé da Capela Sistina, nos horários em que há anúncios previstos. Ai sairá a fumaça que indicará se há um novo papa. Assista abaixo.
Nos últimos dois conclaves, o resultado saiu no segundo dia de votação. Bento 16, eleito em 2005, e Francisco, em 2013, foram confirmados na quarta votação geral, feita ao final do segundo dia.
Os 133 cardeais eleitores saíram por volta das 7h45 locais (2h45 em Brasília) da residência de Santa Marta, onde estão hospedados durante o conclave, para se dirigirem à Capela Paulina, que fica a quase um quilômetro de distância, de micro-ônibus ou a pé.
Na Capela Paulina, eles participaram de uma missa antes de retornar à Capela Sistina, que fica a poucos metros, por volta das 9h30 locais (4h30 em Brasília). Uma vez na Capela Sistina, os cardeais rezariam primeiro a liturgia das horas e, em seguida, começaram a votação.
Conforme a normativa vaticana, para ser eleito papa são necessários dois terços dos votos. Sendo 133 os cardeais eleitores, o eleito precisa, no mínimo, de 89 votos.
Na quarta-feira, 6, havia a expectativa de que a fumaça saísse da capela às 19h (hora local). No entanto, houve um atraso de duas horas, e o sinal preto foi emitido apenas às 21h.
O grande atraso desta quarta-feira pode ter sido devido a uma longa meditação antes do voto do cardeal Raniero Cantalamessa.
Outro ponto é que se foi necessário mais tempo para as votações, pois há 18 cardeais a mais do que no conclave em que Jorge Bergoglio foi eleito papa, em 2013. Cada cardeal deposita seu voto na urna de uma vez e precisa fazer um breve ritual antes disso.
Por sorteio, três cardeais são designados "escrutinadores", outros três "infirmarii" (encarregados de recolher o voto dos purpurados doentes) e três mais como revisores para verificar a contagem.
Sentados juntos, os cardeais recebem cédulas retangulares com a frase "Eligo in Summum Pontificem" ("Elejo como Sumo Pontífice") na parte superior, com um espaço em branco abaixo. Os eleitores escrevem o nome de seu candidato à mão, "com caligrafia o mais irreconhecível possível", e dobram a cédula. Em tese, é proibido votar no próprio nome.
Cada cardeal se dirige ao altar, segurando sua cédula no ar para que seja bem visível e pronuncia em voz alta o seguinte juramento em latim: "Ponho por testemunha a Cristo Senhor, que me julgará, de que dou meu voto a quem, na presença de Deus, acredito que deve ser eleito".
Em seguida, ele deposita sua cédula em um prato e a desliza na urna diante dos escrutinadores, faz uma reverência diante do altar e volta para sua cadeira.
Os cardeais cujo estado de saúde ou idade avançada os impede de se aproximar do altar entregam seu voto a um escrutinador, que o deposita na urna em seu lugar.
Uma vez recolhidas todas as cédulas, um escrutinador agita a urna para misturá-las, transfere as cédulas para um segundo recipiente e outro cardeal as conta.
Dois escrutinadores anotam os nomes, enquanto um terceiro os lê em voz alta e perfura as cédulas com uma agulha no ponto em que está a palavra "Eligo". Os revisores comprovam em seguida que não foram cometidos erros.
Se nenhum cardeal conquistar dois terços dos votos, os eleitores procedem a uma nova votação. Exceto no primeiro dia, são previstas duas votações pela manhã e duas pela tarde até a proclamação de um papa.
As cédulas e as anotações feitas pelos cardeais são queimadas a cada duas rodadas de votação. A chaminé, visível pelos fiéis na praça de São Pedro, expele fumaça preta se nenhum papa for eleito e fumaça branca em caso de eleição do novo pontífice.
Após três dias sem definir um pontífice, a votação é suspensa para um dia de oração.
O cardeal eleito deverá responder a duas perguntas do decano: "Aceita sua eleição canônica para Sumo Pontífice?" e "Como deseja ser chamado?". Caso responda sim à primeira, torna-se papa e bispo de Roma.
Um por um, os cardeais expressam um gesto de respeito e obediência ao novo papa, antes do anúncio aos fiéis.
Da varanda da basílica de São Pedro, o cardeal protodiácono anuncia "Habemus papam". Em seguida, o novo pontífice aparece e pronuncia a bênção "urbi et orbi" (À cidade e ao mundo). Em seguida, faz seu primeiro pronunciamento no cargo.
Com EFE e AFP.