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Rússia rebate críticas e defende presença de seus militares na Venezuela

O porta-voz russo afirmou que a presença de militares russos na Venezuela é regulada por um acordo assinado em maio de 2001

Avião com bandeira russa no aeroporto internacional de Caracas
24/03/2019 (Carlos Jasso/Reuters)

Avião com bandeira russa no aeroporto internacional de Caracas 24/03/2019 (Carlos Jasso/Reuters)

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EFE

Publicado em 26 de março de 2019 às 16h42.

Moscou — A Rússia defendeu nesta terça-feira a presença de militares do país na Venezuela, um movimento muito criticado pelos Estados Unidos e pelos opositores do chavismo.

"A presença de especialistas russos no território da Venezuela é regulada pelo Acordo de Cooperação Técnico-Militar assinado em maio de 2001 pelos governos da Rússia e da Venezuela, que foi ratificado na época por ambos os países", disse a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, em comunicado.

A diplomata explicou que o cumprimento do acordo não precisa da aprovação da Assembleia Nacional da Venezuela, comandada por Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país.

"A Rússia desenvolve a cooperação com a Venezuela em estrita consonância com a Constituição desse país e em pleno respeito da legislação local. Temos a intenção de continuar construindo uma cooperação construtiva tanto com a Venezuela, que é um parceiro estratégico, como outros países da América Latina", destacou.

Zakharova rebateu as críticas feitas pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que classificou como inadmissível a chegada de tropas russas à Venezuela para apoiar o regime de Nicolás Maduro.

A porta-voz afirmou que a OEA é um órgão técnico e não tem o poder de determinar com quem um país soberano pode cooperar ou não.

Em conversa por telefone ontem, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, alertou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que o governo americano não ficará de braços cruzados enquanto os russos "exacerbam" as tensões na Venezuela.

"A inserção contínua de pessoal militar russo para apoiar o regime ilegítimo de Nicolás Maduro na Venezuela aumenta o risco do prolongamento do sofrimento do povo, que respalda de forma avassaladora o presidente interino Juan Guaidó", disse Pompeo.

Lavrov respondeu que as tentativas americanas de orquestrar um golpe de Estado na Venezuela são uma "ingerência aberta" e uma violação dos estatutos das Nações Unidas.

O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, defendeu a cooperação militar que o país mantém com a Rússia.

"A República Bolivariana da Venezuela é irrevogavelmente livre e independente e manterá a cooperação militar com seus aliados no mundo para fortalecer os métodos de proteção do povo e dos territórios venezuelanos frente a qualquer agressão externa", escreveu o ministro no Twitter.

No domingo, dois aviões militares russos aterrissaram no aeroporto internacional de Maiquetía, nos arredores de Caracas, segundo a imprensa local.

O jornal "El Nacional" afirma que quase 100 militares russos estão na Venezuela.

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