Papa Francisco recebe cuidados médicos no Hospital Gemelli após diagnóstico de pneumonia bilateral (Filippo MONTEFORTE /AFP)
Agência de notícias
Publicado em 12 de março de 2025 às 10h55.
Última atualização em 12 de março de 2025 às 12h47.
O papa Francisco, hospitalizado desde 14 de fevereiro com pneumonia bilateral, está fora de perigo iminente, segundo seus médicos, mas ainda não se sabe quando o jesuíta argentino, de 88 anos, receberá alta. Veja o que se sabe sobre a saúde do líder espiritual dos 1,4 bilhão de católicos do mundo, que completará seus 12 anos de pontificado na quinta-feira, 13.
Francisco foi internado no Hospital Gemelli, em Roma, com bronquite, mas o Vaticano informou posteriormente que ele sofria de pneumonia em ambos os pulmões, com um quadro clínico "complexo". Durante sua internação, o papa sofreu diversas crises respiratórias que provocaram temor por sua vida.
Em 22 de fevereiro, o papa "teve uma crise asmática prolongada" e também recebeu uma transfusão de sangue devido a uma "trombocitopenia (diminuição das plaquetas) associada a uma anemia". Seis dias depois, ele sofreu uma "crise isolada de broncoespasmo" — uma contração dos músculos que revestem os brônquios — que o fez "vomitar com a inalação" e piorou sua condição.
Em 3 de março, Francisco sofreu "dois episódios de insuficiência respiratória aguda", causados "por um acúmulo significativo de muco endobrônquico e o broncoespasmo resultante". Os médicos realizaram duas "broncoscopias" para aspirar as "secreções abundantes", disse a Santa Sé.
Desde então, ele recebe oxigênio por meio de uma cânula nasal durante o dia e uma máscara cobre seu nariz e boca à noite.
O primeiro papa latino-americano saiu do prognóstico "reservado" na segunda-feira, com base em uma "boa resposta" ao tratamento, na ausência de febre e em seus exames de sangue, de acordo com médicos. O Vaticano continua cauteloso e não comentou sobre uma possível data de alta.
"Devido à complexidade do quadro clínico e ao significativo quadro infeccioso presente no momento da internação, será necessário continuar a terapia farmacológica no hospital por mais alguns dias", afirmou o boletim médico de segunda-feira.
Uma fonte do Vaticano pediu cautela naquele dia, afirmando que "embora não exista perigo iminente", "a pneumonia ainda não acabou".
O papa Francisco realiza exercícios de fisioterapia respiratória e motora todos os dias.
Em seu apartamento no décimo andar do Hospital Gemelli, o pontífice recebe poucas visitas e trabalha quando sua condição permite. Seu secretário de Estado, o cardeal italiano Pietro Parolin, e o arcebispo venezuelano Edgar Peña Parra — número dois e três na Santa Sé, respectivamente — estão entre os poucos que o visitam.
Todas as manhãs ele recebe a Eucaristia e reza na capela particular de seu apartamento. Nos últimos dias, ele tem acompanhado remotamente os exercícios espirituais da Quaresma organizados no Vaticano.
Desde sua hospitalização, o Vaticano fornece atualizações sobre sua condição: uma breve declaração sobre como passou a noite por volta das 7h00 GMT (4h00 no horário de Brasília) e um boletim médico mais detalhado sobre sua evolução às 18h00 GMT (15h00 no horário de Brasília). Desde 7 de março, este boletim é divulgado em dias alternados. O próximo está marcado para esta quarta-feira.
O papa, natural do bairro portenho de Flores, em Buenos Aires, ainda não apareceu em público, nem foram publicadas imagens dele, como costumava acontecer em internações anteriores. Na última quinta-feira, o Vaticano divulgou uma mensagem de áudio do papa, gravada por sua própria iniciativa, na qual ele agradeceu aos fiéis pelas orações, com a voz cansada.
Esta hospitalização é a quarta e mais longa desde sua eleição em 2013. Em 2021, ele ficou hospitalizado por 10 dias para uma cirurgia de cólon. Em março de 2023, ele passou três dias com bronquite, e outros dez dias em junho, quando passou por uma cirurgia de hérnia abdominal.
Francisco também está acima do peso e sofre de dores nos joelhos, o que o obriga a usar uma cadeira de rodas desde 2022. Aos 21 anos, Francisco quase morreu de pleurisia e teve que remover o lobo superior do pulmão direito. Ele começou a usar um aparelho auditivo recentemente e revelou que fez uma cirurgia de catarata em 2019.