Mundo

Senado australiano rejeita plebiscito sobre casamento gay

Partes a favor do casamento igualitário defendem sua legalização sem submetê-lo a um plebiscito, ao considerar que este poderia encorajar a homofobia

Casal: o governo australiano planejava convocar o plebiscito em 11 de fevereiro (Denis Charlet/AFP)

Casal: o governo australiano planejava convocar o plebiscito em 11 de fevereiro (Denis Charlet/AFP)

E

EFE

Publicado em 8 de novembro de 2016 às 09h39.

Última atualização em 8 de novembro de 2016 às 10h00.

Sydney - O Senado australiano rejeitou a proposta do governo para convocar um plebiscito sobre a legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo, ao qual se opunham defensores dos direitos dos homossexuais.

A proposta do Executivo do liberal Malcolm Turnbull foi rejeitada na segunda-feira pela noite por 33 votos a 29 perante a oposição do Partido Trabalhista, o Verde, o grupo de Nick Xenophon e o senador independente Derryn Hinch.

"Esta noite o plebiscito sobre o casamento igualitário foi derrotado no Senado e esta noite avançamos rumo à igualdade", disse em comunicado a senadora Jane Rice, porta-voz de assuntos LGBT.

Trabalhistas, Verdes e ativistas a favor do casamento igualitário defendem a legalização destas uniões sem submetê-las a um plebiscito, ao considerar que este poderia encorajar a homofobia.

O presidente da organização Casamento Igualitário, Alex Greenwich, disse que os partidários de legalizar estas uniões deveriam focar seus esforços para que o parlamento se pronuncie sobre o assunto.

"Sabemos que a maioria dos australianos, assim como a maioria dos legisladores, apoia a reforma", comentou Greenwich em declarações citadas pela emissora local "ABC".

O governo australiano planejava convocar o plebiscito em 11 de fevereiro com a pergunta "A lei para permitir que casais do mesmo sexo contraiam casamento deveria ser mudada?".

O procurador-geral, George Brandis, tinha advertido que a rejeição do plebiscito poderia adiar durante anos o debate sobre a legalização destas uniões.

Antes da votação, o deputado da coalizão liberal conservadora Andrew Broad afirmou que o governo descartava reabrir o debate na presente legislatura, que termina em 2019, no caso o plebiscito fosse rejeitado.

A Austrália, que aceita a união civil em vários de seus estados, recebeu críticas de várias organizações por sua lentidão na legalização dos casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Em dezembro de 2013, o Tribunal Superior anulou uma lei que permitia estas bodas no Território da Capital Australiana por considerar que transgredia a Lei Federal de Casamentos de 1961.

Também fracassaram propostas legislativas similares no estado de Tasmânia e em Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney.

Acompanhe tudo sobre:AustráliaGays

Mais de Mundo

Itamaraty confirma morte de brasileiro em atropelamento em Vancouver

Trump quer baixar imposto de renda com dinheiro do tarifaço, mas economistas alertam para riscos

Empresas de gás dizem que não podem cumprir veto de Trump a navios chineses

Índia realiza teste de mísseis em meio a crise com o Paquistão por tensões na Caxemira