Mundo

Separatistas vão "deixar fedor por 10 mil anos", diz China sobre Taiwan

Ao ser reeleita, a presidente Tsai Ing-wen afirmou que Taiwan não cederá a ameaças e intimidações da China

Eleições: Tsai Ing-wen é reeleita em Taiwan (Tyrone Siu/Reuters)

Eleições: Tsai Ing-wen é reeleita em Taiwan (Tyrone Siu/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 13 de janeiro de 2020 às 11h20.

Pequim — Os separatistas vão "deixar um fedor durante 10 mil anos", disse o principal diplomata do governo chinês nesta segunda-feira, na reação mais forte da China à reeleição da presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, com uma mensagem de desafio à China.

Tsai foi mantida no cargo com uma grande votação, em uma eleição dominada pelos esforços crescentes da China para induzir a ilha que reivindica a aceitar o controle de Pequim.

Ao anunciar a vitória, Tsai disse que Taiwan não cederá a ameaças e intimidações da China e que só o povo taiwanês tem direito de decidir seu próprio futuro.

Falando na África, o conselheiro de Estado chinês, Wang Yi, disse que o princípio de "uma China", que reconhece Taiwan como parte da China, se tornou o consenso da comunidade internacional há tempos.

"Este consenso não mudará nem um pouco por causa de uma eleição local em Taiwan, e não será abalado por causa das palavras e ações equivocadas de certos políticos ocidentais", acrescentou Wang, uma referência aparente ao secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo.

Ao parabenizar Tsai, Pompeo a elogiou por buscar a estabilidade com a China "diante da pressão implacável".

Em comentários publicados pelo Ministério das Relações Exteriores, Wang disse que a "reunificação através do Estreito de Taiwan é uma inevitabilidade histórica".

"Aqueles que dividem o país estão fadados a deixar um fedor durante 10 mil anos", disse Wang, que já foi chefe do Escritórios de Assuntos de Taiwan da China, usando uma expressão que significa entrar para a história de maneira infame.

Em 2005, a China sancionou uma lei anti-secessão que autoriza o uso da força contra Taiwan caso Pequim decida que a ilha se insurgiu. Taiwan diz já ser um país independente chamado República da China, seu nome oficial.

A China está particularmente irritada com o apoio crescente dos Estados Unidos a Taiwan. Washington não tem laços formais com Taipei, mas é obrigada por lei a fornecer a Taiwan os meios para se defender.

Acompanhe tudo sobre:ChinaEleiçõesTaiwan

Mais de Mundo

Trump anuncia que vai classificar Antifa como organização terrorista

Deputados rejeitam vetos de Milei, que acumula derrotas na Argentina

Após mobilização de forças dos EUA, Venezuela realiza exercícios militares em ilha do Caribe

Cuba estima em US$ 7,556 bilhões custo anual das sanções aplicadas pelos EUA