Redação Exame
Publicado em 26 de outubro de 2025 às 17h01.
Última atualização em 26 de outubro de 2025 às 17h33.
Após encontro com Luiz Inácio Lula da Silva neste domingo, 26, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que espera concluir “acordos muito bons” com o Brasil. A declaração foi publicada na conta oficial da Casa Branca na rede social X, acompanhada de uma foto na qual os dois presidentes apertam as mãos.
“É uma grande honra estar com o presidente do Brasil... Acredito que deveremos ser capazes de fechar alguns acordos muito bons para ambos países... Sempre tivemos uma boa relação — acho que ela continuará”, diz a legenda do post.President Trump meets with Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva at ASEAN summit. 🇺🇸🇧🇷
"It's a great honor to be with the President of Brazil... I think we should be able to make some pretty good deals for both countries... We always have had a good relationship — I… pic.twitter.com/SVrcCrjUWo
— The White House (@WhiteHouse) October 26, 2025
O encontro aconteceu em Kuala Lampur, na Malásia, e foi seguido por conversas técnicas entre representantes dos dois governos.
Mais cedo, quem publicou sobre o encontro foi o presidente brasileiro. "Tive uma ótima reunião com o presidente Trump. Discutimos, de forma franca e construtiva, a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras", disse Lula, após o encontro, que durou cerca de 45 minutos.
A crise entre os dois países veio após Trump, em agosto, aumentar as taxas de importação sobre o Brasil, que chegaram a 50%, e impor sanções a autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao impor a taxa, Trump exigiu que o Brasil retirasse os processos na Justiça contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Moraes foi sancionado por conduzir o processo contra o ex-presidente, condenado em setembro por tentativa de golpe de Estado.
Por semanas, o governo americano se recusou a negociar com as autoridades brasileiras. O clima mudou após um encontro entre Lula e Trump na ONU, em setembro. Desde então, os dois presidentes falaram diversas vezes que houve "química" entre eles, o que teria aberto as conversas entre os dois governos.
A lista de críticas americanas ao Brasil é longa, mas alguns pontos se destacam, entre eles, abrir o acesso ao etanol americano ao mercado brasileiro, ampliar o acesso dos EUA a minerais críticos e reduzir as regulações sobre empresas americanas de tecnologia.
O Brasil cobra uma taxa de 18% sobre o etanol americano. Antes do tarifaço, os americanos taxavam o produto brasileiro em 2,5%.
Nas últimas semanas, ganhou força a questão dos minerais críticos, como lítio, nióbio, cobre e terras raras. São elementos químicos usados na produção de itens de alta tecnologia, como chips e baterias, dos quais a China domina o refinamento.
Assim, o Brasil poderia oferecer algum tipo de parceria com os americanos para a exploração desses minerais. Há duas semanas, o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, disse que foi convidado pelo governo americano para discutir o tema.