Repórter
Publicado em 24 de fevereiro de 2025 às 06h57.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2025 às 07h03.
A Alternativa para a Alemanha (AfD) conquistou 19,5% dos votos nas eleições federais deste domingo, 23, tornando-se a segunda maior força política do país. O resultado supera o Partido Social-Democrata (SPD) e os Verdes, quase dobrando a votação do partido em relação a 2021.
O avanço da extrema-direita na Alemanha representa uma mudança profunda no cenário político e desafia a estabilidade dos partidos tradicionais.
Fundado em 2013, o AfD cresceu com pautas nacionalistas e anti-imigração, enfrentando resistência dos demais partidos, que mantêm um “cordão sanitário” para impedir sua participação no governo.
"A exclusão do AfD do governo seria uma fraude eleitoral", disse Alice Weidel, líder do partido, após o resultado. "Da próxima vez, seremos os primeiros", continuou.
O AfD deve pressionar por maior espaço político, enquanto os demais partidos articulam estratégias para conter seu avanço. A disputa pelo comando do país se intensifica rumo às próximas eleições.
A Alternativa para a Alemanha (AfD) é um partido de extrema-direita fundado em 2013, inicialmente com uma agenda voltada ao euroceticismo e à economia. Com o tempo, a legenda assumiu uma postura mais radical, centrada em políticas anti-imigração, críticas à União Europeia e oposição a políticas ambientais.
Entre suas principais posições, o AfD:
O avanço da extrema-direita na Alemanha tem levantado preocupações sobre a estabilidade política do país. Os demais partidos continuam a recusar alianças com o AfD, isolando a legenda do governo. No entanto, a influência política do partido tem crescido, forçando outros partidos a endurecerem discursos sobre imigração e segurança para conter o avanço da sigla.
A ascensão do AfD é impulsionada por fatores como insatisfação com a política de imigração, crises econômicas e um eleitorado jovem cada vez mais atraído pelo discurso populista e nacionalista. Em pesquisas de boca de urna, 22% dos eleitores entre 25 e 34 anos afirmaram ter votado na legenda — número muito superior ao dos eleitores mais velhos