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'Shutdown': Trump pede reabertura do governo antes de discutir programas de saúde

Paralisação já afeta dois milhões de servidores federais e milhões de americanos sem cobertura de saúde

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 7 de outubro de 2025 às 07h40.

O presidente Donald Trump disse que ficaria "feliz" de negociar um acordo sobre programas de saúde com os democratas, mas pediu primeiro o fim da paralisação do governo federal, que entrou em sua segunda semana de fechamento, conhecido como "shutdown".

Com o governo americano sem dinheiro desde a quarta-feira passada, os democratas do Senado bloquearam pela quinta vez um projeto de lei de financiamento temporário aprovado pela Câmara dos Representantes na noite desta segunda-feira, 6.

"Fico feliz de trabalhar com os democratas em suas políticas de saúde fracassadas ou qualquer outra coisa, mas eles devem primeiro permitir que o governo reabra", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

Propostas e impasse

Para resolver a crise, os republicanos propõem um prolongamento do orçamento atual até o fim de novembro, enquanto os democratas insistem em aumentar o financiamento de programas de seguro de saúde para a população mais desfavorecida, e revisar os cortes a programas de saúde aprovados como parte da "Grande e Bela Lei" orçamentária de Trump.

A postura firme dos democratas marca um raro momento de influência para o partido opositor, quando Trump e seus republicanos fiéis controlam cada ramo do governo. Os republicanos precisam persuadir senadores democratas suficientes para alcançar o mínimo de 60 votos em 100 para superar o bloqueio.

Impacto do fechamento

Os servidores federais são os mais afetados pelo shutdown. Cerca de dois milhões de funcionários ficarão sem receber seus salários até que o Congresso aprove um orçamento. Além disso, o Escritório Orçamentário do Congresso estimou que a lei de Trump promulgada em 4 de julho deixaria 11 milhões de americanos sem cobertura de saúde, principalmente pelo corte no Medicaid.

Democratas afirmam que outros 4 milhões de americanos perderão a cobertura do Obamacare se os subsídios não forem prorrogados, e 24 milhões verão aumento nos prêmios de saúde.

Reações políticas

O líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, desafiou o presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, a iniciar imediatamente conversas sobre os planos de saúde.

Enquanto isso, os republicanos defendem que subsídios à saúde podem ser discutidos separadamente antes do término do ano. A paralisação afeta principalmente Agência de Proteção Ambiental, Nasa e os departamentos de Educação, Comércio e Trabalho, enquanto Transporte, Justiça, Segurança Interna e Assuntos de Veteranos sofreram menos impactos.

O fechamento atual, iniciado há seis dias, ainda está longe do recorde de 35 dias registrado entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, durante o primeiro mandato de Trump.

Observadores apontam que o presidente republicano adota uma estratégia de "sofrimento máximo" para a oposição, incluindo o congelamento de verbas federais para estados democratas.

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