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Soldado russo é condenado a 15 anos de prisão após se render voluntariamente à Ucrânia

Legislação prevê até 10 anos de detenção apenas para o ato de se entregar sem combate

Soldados russos realizam patrulha em Volnovakha, na região de Donetsk (ALEXANDER NEMENOV/AFP)

Soldados russos realizam patrulha em Volnovakha, na região de Donetsk (ALEXANDER NEMENOV/AFP)

Agência o Globo
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Publicado em 15 de abril de 2025 às 11h38.

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Um tribunal militar da Rússia condenou o soldado Roman Ivanishin a 15 anos de prisão por se render voluntariamente às forças ucranianas. De acordo com o jornal inglês Independent, em matéria publicada nesta terça-feira, 15, este se tornou o primeiro julgamento do tipo no país desde a introdução de uma nova legislação, em setembro de 2022.

O julgamento ocorreu na ilha de Sacalina, no extremo leste russo, e foi conduzido a portas fechadas. Segundo o jornal Kommersant, Ivanishin foi considerado culpado por rendição voluntária, tentativa de rendição e deserção — crimes que, somados, elevaram a pena imposta ao militar. A legislação prevê até 10 anos de prisão apenas para o ato de se entregar sem combate.

Natural da região de Sacalina e veterano das guerras da Rússia na Chechênia, Ivanishin foi mobilizado em 2022 para atuar na linha de frente do conflito na Ucrânia. Em junho de 2023, foi capturado por forças ucranianas na região de Donetsk.

Na época, um vídeo divulgado nas redes sociais mostrou o soldado criticando a campanha militar russa e apelando para que outros combatentes desertassem. Não está claro se as declarações foram feitas sob coação.

Ivanishin retornou à Rússia em janeiro de 2024, durante uma troca de prisioneiros, mas foi detido assim que desembarcou no país. Sua defesa negou todas as acusações e argumentou que não havia provas de que ele tivesse cometido qualquer crime.

A sentença foi proferida depois que forças ucranianas capturaram dois cidadãos chineses que lutavam pelo exército russo na região de Donetsk, no leste da Ucrânia. O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que informações de inteligência sugeriam que o número de soldados chineses no exército russo era "muito superior a dois". Em uma coletiva de imprensa recente, ele acusou Moscou de arrastar Pequim para sua invasão e observou que centenas de cidadãos chineses estavam lutando na linha de frente.

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