Donald Trump, presidente dos EUA, durante conversa com jornalistas ao sair da Casa Branca (Andrew Caballero-Reynolds/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 11 de julho de 2025 às 17h41.
Última atualização em 11 de julho de 2025 às 18h08.
A nova tarifa de importação dos Estados Unidos de 50% para os produtos brasileiros, anunciada pelo presidente Donald Trump, pode levar a uma redução de 110 mil postos em um ano, segundo um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais.
A projeção foi feita pelo Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) e aponta que as medidas tarifárias resultariam em uma contração de 0,16% no PIB brasileiro, equivalente a um encolhimento de R$ 19,2 bilhões.
As exportações apresentariam redução de R$ 52 bilhões, enquanto as importações registrariam queda de R$ 33 bilhões. O emprego seria afetado negativamente com diminuição de 0,21%, equivalente a cerca de 110 mil postos de trabalho.
O setor agropecuário apresentaria a maior perda de postos de trabalho, com redução de cerca de 40 mil ocupações, 31 mil no comércio e 26 mil na indústria.
Os setores industriais e agropecuários seriam os mais afetados pelas medidas tarifárias. Os maiores impactos negativos nas exportações e produção seriam observados em setores como tratores e outras máquinas agrícolas, aeronaves, embarcações e outros equipamentos de transporte e carne de aves.
Os estados mais afetados negativamente (PIB) em termos absolutos seriam São Paulo (R$ -4,4 bilhões), Rio Grande do Sul (R$ -1,9 bilhão), Paraná (R$ -1,9 bilhão), Santa Catarina (R$ -1,74 bilhão) e Minas Gerais (R$ -1,66 bilhão).
O Cedeplar avalia, ainda, que o impacto global das novas tarifas anunciadas representaria queda de 0,12% no PIB global, equivalente a uma perda de US$ 93 bilhões. Além da perda de atividade, o comércio mundial também seria prejudicado, reduzido em -2,1%, equivalente a perdas na ordem de US$ 483 bilhões.
Para o estudo, foram consideradas as seguintes medidas:
Foram realizadas simulações com um modelo Equilíbrio Geral Computável (EGC) global conectado a um modelo EGC inter-regional.
As tarifas anunciadas por Trump têm previsão de início em 1º de agosto, mas ainda podem ser negociadas. Em outras ocasiões, o presidente americano já reviu tarifas ou estendeu prazos.