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Terremoto de magnitude 6,3 atinge o Afeganistão

Tremores ocorrem meses após terremoto de magnitude 6 que provocou mais de 2 mil mortes no país

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 2 de novembro de 2025 às 19h42.

Última atualização em 2 de novembro de 2025 às 19h46.

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Um terremoto de magnitude 6,3 atingiu o norte do Afeganistão na noite deste domingo, 2, de acordo com informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O epicentro foi registrado na cidade de Kholm, próxima a Mazar-e-Sharif, na província de Balkh, com profundidade de 10 quilômetros.

O tremor foi sentido até na capital, Cabul, segundo relataram jornalistas da agência AFP. O evento ocorre dois meses após um terremoto de magnitude 6 que devastou províncias no leste do país, deixando mais de 2.200 mortos — o abalo sísmico mais letal no Afeganistão em décadas.

Por enquanto, as autoridades locais não informaram se há mortos ou feridos pelos tremores deste domingo.

O país está localizado em uma zona de forte atividade tectônica, especialmente nas áreas próximas à cordilheira Hindu Kush, que marca a junção das placas euroasiática e indiana. Desde 1900, a região nordeste do Afeganistão já registrou ao menos 12 terremotos com magnitude superior a 7, segundo o sismólogo Brian Baptie, do British Geological Survey.

Sob o governo do Talibã, retomado em 2021, o país enfrentou uma série de tragédias naturais. Em 2023, um terremoto na região de Herat, fronteira com o Irã, causou mais de 1.500 mortes e destruiu mais de 63 mil residências.

Crise climática

O Afeganistão, um país devastado por décadas de conflitos, é um dos menos preparados para lidar com as mudanças climáticas e uma das nações mais vulneráveis aos desastres naturais, como secas e inundações, que ocorrem com cada vez maior frequência.

Em Cabul, essa vulnerabilidade é visível por meio de uma crise hídrica, provocada por secas prolongada, que diminuíram drasticamente os níveis dos aquíferos subterrâneos. A situação se intensificou pela exploração excessiva dos poços, pela escassez de chuvas e pela gestão ineficiente dos recursos hídricos.

“O Afeganistão é gravemente afetado pelas mudanças climáticas e suas consequências, e a comunidade internacional não deve politizar as questões ambientais”, afirmou Matiul Haq Khalis, diretor-geral da Agência Nacional de Proteção Ambiental do Afeganistão (NEPA), uma das organizadoras do evento junto à ONG The Liaison Office (TLO), especializada em questões climáticas, segundo a agência EFE.

Muitos afegãos enfrentam sérias dificuldades para acessar água potável. Diversos poços secaram, forçando as famílias a percorrer longas distâncias ou esperar por horas para encher seus recipientes nos poucos poços que ainda estão em funcionamento.

Com essa realidade cada vez mais difícil, cresce o descontentamento da população em relação ao governo talibã, acusado de omissão diante de uma crise que só se agrava a cada ano.

(Com informações das agências AFP e EFE)

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