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Tesla é condenada a pagar R$ 1,8 bilhão por acidente com carro com piloto automático

Em Miami, o júri concluiu que a Tesla é 33% responsável pelo incidente de abril de 2019 em Key Largo, no sul da Flórida

Tesla: 33% responsável pelo incidente de abril de 2019 em Key Largo, no sul da Flórida. (Bukharova/Getty Images)

Tesla: 33% responsável pelo incidente de abril de 2019 em Key Largo, no sul da Flórida. (Bukharova/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 2 de agosto de 2025 às 09h23.

Um júri civil ordenou nesta sexta-feira que a Tesla pague US$ 329 milhões (R$ R$ 1.819.260.000) após considerá-la parcialmente responsável pela morte de uma mulher em um acidente ocorrido em 2019 na Flórida, envolvendo um carro da empresa que usava o piloto automático.

Em Miami, o júri concluiu que a Tesla é 33% responsável pelo incidente de abril de 2019 em Key Largo, no sul da Flórida. Na ocasião, Naibel Benavides, de 20 anos, morreu, e o namorado, Dillon Angulo, ficou ferido depois que o motorista, George McGee, colidiu o veículo após ativá-lo no modo de piloto automático.

A família de Benavides receberá US$ 59 milhões em compensação, enquanto o namorado obterá US$ 70 milhões. Além disso, a empresa de Elon Musk deve pagar US$ 200 milhões em danos punitivos.

Em um comunicado à imprensa, a companhia avisou que irá apelar do veredicto, considerando-o "equivocado" e que ele apenas "atrasa a segurança automotiva e põe em perigo os esforços da Tesla e da indústria inteira para desenvolver e implementar tecnologia que salva vidas".

No entanto, advogados destacaram a importância do julgamento, por ser o primeiro em que a Tesla enfrenta um júri civil que a considera responsável por falhas no sistema de piloto automático.

O veredicto aumenta a pressão sobre a empresa de Musk para resolver os problemas do piloto automático, em um momento de crescente implantação de seus robotáxis.

A mãe e a irmã de Benavides declararam à imprensa após o julgamento que esperam que ele sirva de precedente para que "outras famílias não tenham que passar pela mesma coisa".

A Tesla argumentou que não era responsável porque McGee colidiu enquanto procurava o celular sem prestar atenção na estrada. A empresa afirma em sua publicidade que o piloto automático é projetado para tornar a condução mais segura, mas adverte os motoristas para sempre manterem as mãos no volante.

Angulo e a família de Benavides também acusaram a Tesla de "esforços para obstruir a investigação do acidente", e alegaram que a empresa impediu a Patrulha Rodoviária da Flórida (FHP) de "acessar dados" do veículo que "demonstram o papel da falha do piloto automático no acidente", segundo um documento da justiça.

O veredicto foi anunciado após a divulgação, em junho, de que as autoridades solicitaram informações à Tesla sobre incidentes nas primeiras horas de seu serviço de testes de robotáxis em Austin, capital do Texas.

Nos incidentes, usuários publicaram vídeos mostrando os carros excedendo limites de velocidade ou circulando na contramão. Em 2024, a fabricante de veículos elétricos chegou a um acordo para resolver uma ação judicial por um acidente ocorrido na Califórnia em 2018, no qual o motorista Walter Huang, de um de seus veículos semiautomáticos, faleceu, mas o valor pago não foi revelado.

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