EUA x China: guerra comercial tem trégua (NSA Digital Archive/Getty Images)
Repórter
Publicado em 12 de maio de 2025 às 05h53.
Última atualização em 12 de maio de 2025 às 06h23.
As duas maiores economias do mundo deram um passo para aliviar as tensões comerciais nesta segunda-feira, 12, ao anunciar uma redução temporária de tarifas e a criação de um canal permanente de negociação.
Segundo comunicado conjunto, os Estados Unidos e a China irão baixar as tarifas sobre seus produtos até, pelo menos, o dia 14 de agosto.
De acordo com autoridades reunidas em Genebra, os 145% de tarifas médias dos EUA sobre importações chinesas serão reduzidos para 30% — incluindo taxas relacionadas ao fentanil, substância que tem estado no centro das discussões bilaterais. Do lado chinês, os encargos médios de 125% sobre produtos norte-americanos cairão para 10%.
A decisão teve efeito imediato sobre os mercados: futuros do S&P 500 subiram 3%, o yuan offshore se valorizou cerca de 0,5% frente ao dólar e houve alta nos preços do petróleo e nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano. Em nota, o Departamento do Tesouro dos EUA afirmou que será criado um mecanismo para continuidade do diálogo econômico e comercial.
Apesar da medida, os EUA não removeram as tarifas setoriais impostas globalmente nem revogaram os encargos aplicados à China durante o primeiro governo Trump.
A resposta oficial de Pequim veio por meio da agência estatal Xinhua, que disse que "o compromisso do governo chinês é com o desenvolvimento estável das relações bilaterais". "Impor pressão e ameaças não é o caminho certo", afirma o documento divulgado.
O acordo surge após meses de tensão e recordes negativos no comércio bilateral.
Desde que o presidente Donald Trump anunciou novas tarifas em abril, as exportações entre os países sofreram quedas expressivas. Embora a Casa Branca tenha chamado o novo entendimento de "acordo comercial", ainda não há um objetivo definido aceito por ambas as partes.