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Treze milhões de pessoas precisam de ajuda urgente no Congo, alerta ONU

Secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em um vídeo que o principal problema para a resposta humanitária "é a falta de financiamento"

Congo: necessidades humanitárias na República Democrática do Congo aumentaram de tal forma durante o último ano que cerca de 13 milhões de pessoas precisam de ajuda (Goran Tomasevic/Reuters)

Congo: necessidades humanitárias na República Democrática do Congo aumentaram de tal forma durante o último ano que cerca de 13 milhões de pessoas precisam de ajuda (Goran Tomasevic/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 13 de abril de 2018 às 09h57.

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou nesta sexta-feira que as necessidades humanitárias na República Democrática do Congo (RDC) aumentaram de tal forma durante o último ano que atualmente o dobro de cidadãos, cerca de 13 milhões, precisam de ajuda urgente.

O chefe humanitário da ONU, Mark Lowcock, afirmou na conferência de doadores para a RDC que "as necessidades estão aumentando", apesar de alguns avanços registrados quanto a infraestruturas, acesso à educação, taxas de mortalidade infantil e imunização.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em um vídeo que o principal problema para a resposta humanitária "é a falta de financiamento".

A ONU, por meio do plano de resposta humanitária lançado em janeiro para 2018, requer quase US$ 1,7 bilhão para ajudar 10,5 milhões de congoleses dentro da RDC.

A ONU e seus parceiros também precisam de US$ 504 milhões para atender cerca de 807 mil refugiados em países vizinhos da RDC e para apoiar os mais de 540 mil refugiados de outros países que se encontram nessa nação africana.

No total, são necessários US$ 2,2 bilhões em 2018, explicou Lowcock. Isso representa "menos de 50 centavos por dia para cada uma das pessoas cujas vidas tentamos salvar", segundo Guterres.

O porta-voz do Escritório de Coordenação Humanitária da ONU (Ocha), Jens Laerke, explicou hoje que o órgão não fixou nenhum objetivo financeiro concreto para a conferência de hoje.

O Governo da RDC não quis comparecer à conferência ao considerar que esta oferece uma imagem "injusta" do país e que deve ser o Estado que deve tomar a iniciativa da gestão humanitária.

Sobre isso, Lowcock afirmou que o governo de Joseph Kabila "está assumindo as rédeas nesta crise" e que a ONU o apoia.

Ele destacou que no dia 18 de janeiro a ONU e Kabila lançaram conjuntamente o plano humanitário em Kinshasa e que o governador de Tanganika assinou recentemente um acordo para facilitar o acesso da ajuda humanitária e a coordenação.

Também destacou que o governo comprometeu US$ 100 milhões para os próximos 18 meses ou 24 meses para a reintegração de refugiados, de retornados e deslocados internos.

"Vamos continuar trabalhando juntos. Estamos falando com eles sobre um evento de acompanhamento a esta conferência, que acontecerá no local e data que estimar o Governo", acrescentou Lowcock, resumindo não obstante a "deterioração" da situação no país.

Ele disse que a violência étnica "piorou no Leste" do país e que a metade da RDC, que antes não sofria o conflito armado, enfrentou altos níveis de violência durante 2017.

"Além disso, uma transição política está criando tensões e o RDC foi vítima de um choque externo devido à vertiginosa queda do preço de matérias-primas", continuou.

Neste contexto, disse Lowcock, o número de pessoas que precisam de assistência humanitária na RDC em 2018 duplicou desde o ano passado para 13 milhões".

A RDC também sofre epidemias, ao enfrentar o "pior surto de cólera em 16 anos, além da violência sexual", finalizou o chefe humanitário.

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