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Trudeau afirma que Trump busca o colapso econômico e a anexação do Canadá

O Canadá anunciou nesta terça-feira, 4, tarifa de 25% em produtos dos EUA em resposta a Trump

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 4 de março de 2025 às 16h26.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, disse nesta terça-feira que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs tarifas ao Canadá para colapsar sua economia e "facilitar a anexação" do país.

Trudeau declarou em uma entrevista coletiva que os motivos dados por Trump para impor tarifas de 25% sobre produtos canadenses a partir desta terça-feira são "falsos" e que "a desculpa do fentanil é fictícia".

"O que ele disse repetidamente é que quer ver o colapso total da economia canadense porque assim será mais fácil nos anexar. Primeiro, isso nunca vai acontecer. Nunca seremos o 51º estado", garantiu Trudeau.

"Sim, pode prejudicar a economia canadense e começou esta manhã. Mas ele rapidamente vai se dar conta, e as famílias americanas também, que prejudicará as pessoas em ambos os lados da fronteira. Os americanos perderão empregos e pagarão mais por mantimentos, gasolina, carros e casas", acrescentou.

Em resposta imediata às tarifas de Trump, o Canadá começou nesta terça-feira a impor tarifas de 25% sobre as importações dos EUA (desde o bourbon do Kentucky a eletrodomésticos, cereais, motocicletas e cosméticos, entre outros) no valor de 30 bilhões de dólares canadenses (ou US$ 20,74 bilhões).

Em 21 dias, se os EUA mantiverem suas tarifas, o Canadá também aplicará tarifas de 25% sobre outros 125 bilhões de dólares canadenses em importações dos EUA.

Além disso, Trudeau anunciou que o Canadá apresentará queixas contra os EUA perante a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o T-MEC (tratado do qual os dois países fazem parte junto com o México) devido à imposição de tarifas.

Ottawa também está considerando, junto com governos provinciais, "medidas não tarifárias" que podem significar cortar o fornecimento de energia (petróleo, gás e eletricidade) para os Estados Unidos.

Durante a coletiva de imprensa, Trudeau também quis enviar uma mensagem direta a "Donald".

"Não é meu costume concordar com o “The Wall Street Journal”. Mas, Donald, eles apontam que, embora você seja muito inteligente, isso é muito estúpido. O que nossos oponentes ao redor do mundo querem é ver dois amigos brigando", declarou o premiê canadense, olhando diretamente para as câmeras.

Trudeau, que repetidamente se referiu ao presidente dos EUA pelo primeiro nome, sem incluir seu sobrenome ou título, como é costume, também questionou se o presidente dos EUA se alinhou ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, "um ditador assassino e mentiroso".

"O que precisamos observar de perto é o que os americanos pensam e como se sentem sobre abandonar amigos e aliados em favor de um país que nunca desejou o bem-estar dos EUA e continua a agir de maneiras prejudiciais à economia global e, em particular, à economia, aos valores e aos princípios americanos", pontuou o líder canadense.

Trudeau concluiu seu discurso pedindo "unidade" no país no que se anuncia ser uma guerra tarifária contra os EUA.

"Nós vamos defender um ao outro. Nós vamos lutar. E nós vamos vencer", ressaltou.

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