Trump voltou a pressionar o Irã por novo acordo nuclear e mencionou possíveis bombardeios. (Mandel Ngan/AFP)
Publicado em 30 de março de 2025 às 11h45.
Última atualização em 30 de março de 2025 às 12h05.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 30, que pode autorizar bombardeios contra o Irã ou impor tarifas secundárias caso o país não aceite renegociar os termos de um acordo nuclear com Washington.
Em entrevista à emissora norte-americana NBC News, Trump confirmou que há comunicação ativa entre representantes dos dois países, mas evitou apresentar detalhes sobre o estágio atual dessas conversas.
Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, Trump retirou os EUA do pacto internacional firmado em 2015 entre o Irã e potências globais, que previa a redução das atividades nucleares iranianas em troca da suspensão de sanções econômicas. Ele também reimpôs penalidades ao regime iraniano, abrindo espaço para o avanço do programa de enriquecimento de urânio de Teerã.
“O Irã pode optar por fazer um acordo”, disse Trump na entrevista. “Caso contrário, haverá bombardeios. Ou, talvez, eu reestabeleça as tarifas secundárias, como fiz anos atrás”, completou o republicano.
O Irã ultrapassou os limites definidos no acordo de 2015 e tem acelerado o enriquecimento de urânio, atividade que é vista com preocupação por países ocidentais. Essas nações acusam Teerã de buscar, de forma encoberta, capacidades para desenvolver armamentos nucleares — algo que o governo iraniano nega.
Segundo o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, citado pela agência estatal IRNA, o país respondeu a uma carta de Trump por meio de Omã. Na correspondência, o presidente norte-americano teria pedido a retomada de negociações sobre um novo tratado nuclear.
Potências ocidentais afirmam que o atual nível de enriquecimento de urânio conduzido pelo Irã supera o necessário para fins civis. Teerã, por sua vez, argumenta que seu programa atômico tem caráter exclusivamente energético e não inclui o desenvolvimento de armas.
Apesar das pressões internacionais, a liderança iraniana tem resistido a um novo entendimento sob os moldes exigidos por Washington. Até o momento, não há indicativos de avanço nas negociações diplomáticas.