Redação Exame
Publicado em 29 de outubro de 2025 às 07h30.
Durante visita à Coreia do Sul nesta quarta-feira, 29, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que espera resolver "muitos problemas" na aguardada reunião com o líder chinês Xi Jinping. O encontro acontece na cidade de Gyeongju, durante a cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), e ocorre em meio a uma escalada da guerra comercial entre EUA e China.
Trump disse esperar avanços em temas como a redução de tarifas comerciais e o combate à entrada de fentanil, opioide sintético responsável por uma crise de saúde nos Estados Unidos. “Acredito que teremos uma grande reunião e muitos problemas serão resolvidos”, declarou o presidente a bordo do Air Force One.
A diplomacia chinesa confirmou o encontro e afirmou que os dois líderes tratarão de temas estratégicos de longo prazo e interesses mútuos. Segundo o analista William Yang, enquanto Trump busca um "acordo que possa declarar como vitória", a China estaria mais focada em "construir confiança e administrar diferenças".
Washington pressiona Pequim para que retire restrições às exportações de terras raras, insumos estratégicos para os setores de defesa e tecnologia. Por outro lado, a Casa Branca mantém tarifas de até 100% sobre produtos chineses.
Apesar do impasse, negociadores indicam que já existe uma estrutura de acordo em andamento. A confirmação de um pacto, porém, depende diretamente do resultado da reunião entre Xi e Trump.
Antes de chegar à Coreia do Sul, Trump visitou a Malásia e o Japão, onde se encontrou com a nova primeira-ministra, Sanae Takaichi. Em Seul, foi condecorado com a principal honraria do país e recebeu uma réplica de coroa dourada do antigo reino de Silla.
Trump descartou um encontro com Kim Jong-un durante esta viagem. O presidente havia manifestado interesse em se reunir com o líder norte-coreano, mas alegou "problemas de agenda" e afirmou que o foco era a reunião com Xi.
Mesmo assim, Trump disse manter o compromisso de buscar a paz na península coreana. “Conheço Kim muito bem. Nós nos damos bem. Só não conseguimos ajustar o momento”, declarou ao presidente sul-coreano, Lee Jae-myung.
Desde a última reunião entre Trump e Kim, em 2019, na Zona Desmilitarizada, o regime norte-coreano intensificou seus programas de armas com apoio russo, incluindo o envio de soldados para a guerra na Ucrânia. Nesta semana, Pyongyang voltou a lançar mísseis de cruzeiro, elevando as tensões regionais.
Apesar disso, Trump afirmou que um novo encontro com Kim poderá ocorrer no futuro. “Veremos o que podemos fazer para resolver tudo isso”.
*Com informações de EFE e AFP