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Trump assina ordem para reduzir tarifa da China sobre fentanil para 10%

Medida entra em vigor na próxima segunda-feira, 10 de novembro. Casa Branca vai monitorar as ações de Pequim e ressaltou que as condições podem ser revisadas se o acordo não for respeitado

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 4 de novembro de 2025 às 21h06.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizou nesta terça-feira, 4, duas medidas que integram um acordo comercial com o presidente da China, Xi Jinping. Entre os pontos principai, está a redução da tarifa sobre o fentanil importado da China, de 20% para 10%, e a extensão do congelamento de tarifas recíprocas sobre outros produtos chineses.

As mudanças passam a valer a partir da próxima segunda-feira, 10 de novembro, e integram o esforço dos dois países para conter a escalada tarifária entre as duas maiores economias do mundo, segundo o comunicado emitido pela Casa Branca.

A decisão ocorre após a cúpula de outubro, realizada na Coreia do Sul, onde Trump e Xi buscaram negociar para estabilizar o comércio bilateral, que vinha sendo afetado por restrições às exportações e medidas de retaliação tarifária.

Como funcionará o acordo?

Trump justificou a medida com base em compromissos assumidos por Pequim, como a retirada de controles sobre exportação de minerais estratégicos e a suspensão de retaliações contra empresas de semicondutores dos EUA.

Em relação ao fentanil, Trump destacou o esforço chinês no combate ao tráfico da substância e ao controle de precursores químicos utilizados em sua fabricação. Em ordem executiva, o presidente afirmou que Pequim se comprometeu a restringir o envio desses produtos para a América do Norte e a impor controles mais rígidos sobre suas exportações em escala global.

"A China comprometeu-se a tomar medidas significativas para interromper o fluxo de fentanil para os Estados Unidos, incluindo a suspensão do envio de certos produtos químicos designados para a América do Norte e o controle rigoroso das exportações de outros produtos químicos para todos os destinos do mundo", diz a ordem executiva assinada por Trump.

No setor agrícola, a China também se comprometeu a aumentar a importação de produtos como soja, sorgo e madeira, além de eliminar tarifas sobre uma variedade de bens agrícolas norte-americanos.

O Departamento de Estado e o Departamento de Segurança Interna dos EUA seguirão monitorando a implementação do acordo. Trump indicou que poderá revisar as condições, caso os compromissos não sejam cumpridos.

O acordo tem validade inicial de um ano e funcionará como uma trégua temporária, embora não resolva de forma definitiva as disputas comerciais entre os dois países. A possibilidade de renegociação no curto prazo e disputas sobre aplicação tarifária permanece no horizonte.

Momento de volatilidade

Apesar da trégua, o futuro das tarifas de importação segue incerto. Alguns produtos continuam isentos das taxações, enquanto outros permanecem sujeitos a medidas anteriores. Com a nova alíquota, a tarifa média aplicada à China se aproxima daquelas cobradas de exportadores do Sudeste Asiático, reduzindo a desvantagem competitiva que o país enfrentava.

Nos Estados Unidos, a decisão do presidente foi bem recebida por importadores, afetados por uma política tarifária volátil que dificultava o planejamento de médio e longo prazo, segundo informações da Bloomberg.

O acordo, no entanto, pode gerar reações negativas entre setores críticos à China, que defendem maior isolamento do país por práticas comerciais consideradas predatórias.

Trump afirmou que pretende visitar a China no primeiro semestre de 2026 e receber Xi Jinping nos EUA após esse encontro. As reuniões servirão como termômetro da continuidade do acordo, que também enfrenta contestação jurídica. A Suprema Corte dos EUA está avaliando a legalidade do uso de poderes de emergência pelo presidente para impor tarifas com base em critérios por país.

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