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Trump autoriza envio de soldados a Chicago após juíza bloquear mobilização em Portland

Governadas por democratas, as duas cidades tornaram-se os focos mais recentes da campanha do governo federal contra a criminalidade urbana e os protestos relacionados à política de deportações em massa

Donald Trump, presidente dos EUA, durante discurso (Saul Loeb/AFP)

Donald Trump, presidente dos EUA, durante discurso (Saul Loeb/AFP)

Publicado em 5 de outubro de 2025 às 11h18.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou o envio de 300 soldados da Guarda Nacional a Chicago, enquanto uma juíza federal bloqueou temporariamente a mobilização de tropas para Portland, no Oregon. As duas cidades, governadas por democratas, tornaram-se os focos mais recentes da campanha do governo federal contra a criminalidade urbana e os protestos relacionados à política de deportações em massa.

A decisão sobre Chicago foi anunciada no sábado, 4. Segundo a subsecretária de imprensa da Casa Branca, Abigail Jackson, os soldados foram enviados para “proteger funcionários e bens federais”. Trump, “não fechará os olhos para a ilegalidade que assola as cidades americanas”, disse ela em comunicado. A medida segue o padrão de ações semelhantes já realizadas em Los Angeles e Washington.

A resposta local, no entanto, tem sido de oposição. A juíza federal Karin Immergut, também no sábado, suspendeu a ordem de envio de tropas a Portland, afirmando que os protestos na cidade não configuram um “perigo de rebelião” e que o policiamento local seria suficiente. Em sua decisão, afirmou que “a determinação do presidente simplesmente não estava relacionada aos fatos” e que a acusação de uma tentativa organizada de derrubar o governo não foi comprovada. “A parte acusadora apresentou provas de violência esporádica contra oficiais federais e danos à propriedade de um edifício federal”, escreveu, mas nada que justificasse a mobilização militar.

Lideranças democratas criticaram duramente a ação. O senador por Illinois, Dick Durbin, classificou o envio da Guarda Nacional como um “capítulo vergonhoso na história de nossa nação” e afirmou que Trump busca “disseminar medo”, não combater o crime. No Oregon, o senador Ron Wyden disse que a decisão judicial representa uma vitória e reafirmou que “os habitantes do estado não precisam nem querem que Donald Trump provoque violência enviando tropas federais”. Já o assessor presidencial Stephen Miller atacou a decisão da juíza, chamando-a de “insurreição legal” e acusou os líderes locais de praticarem um “ataque terrorista” contra o governo federal.

A ordem para envio das tropas a Chicago foi emitida após um tiroteio envolvendo agentes federais na manhã de sábado. Segundo o Departamento de Segurança Interna (DHS), os agentes foram cercados por dez veículos. Um dos motoristas, que portava uma arma semiautomática, teria sido baleado por um agente federal e depois buscado atendimento médico por conta própria. “As forças da lei foram obrigadas a usar suas armas e disparar tiros defensivos contra um cidadão americano armado”, afirmou a subsecretária do DHS, Tricia McLaughlin.

Ela acusou ainda a polícia de Chicago de abandonar o local do tiroteio e se recusar a prestar apoio. A polícia negou a acusação e declarou ao canal Fox 32 que esteve presente, mas que “não está envolvida no incidente nem em sua investigação”.

(Com AFP)

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