Os presidentes Donald Trump e Javier Milei, na entrada da Casa Branca (Kevin Dietsch/AFP)
Repórter de macroeconomia
Publicado em 14 de outubro de 2025 às 16h18.
Última atualização em 14 de outubro de 2025 às 16h42.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o presidente argentino, Javier Milei, em um almoço na Casa Branca nesta terça-feira, 14. No evento, Trump fez elogios a Milei, mas disse que o futuro dos acordos financeiros entre os dois países dependerá do resultado das eleições na Argentina, em 26 de outubro.
"Estamos aqui para te dar apoio para as próximas eleições. Se a Argentina vai bem, outros países a seguirão. Mas se não ganhar, não contará conosco. Se perder, não seremos generosos", disse Trump.
"A vitória é muito importante. Nossos acordos estão sujeitos a quem ganhe as eleições. Porque com um socialista é muito diferente fazermos investimentos", afirmou o americano.
"Quero ver a Argentina com êxito e creio que com a liderança de Milei, pode conseguir. Vai na direção correta", disse Trump.
Em sua fala, Milei agradeceu a Trump e ao secretário do Tesouro, Scott Bessent.
"Graças à sua grande liderança, Trump alcançou a paz no Oriente Médio", começou o presidente argentino. Ele acrescentou: "Quero também agradecer ao Secretário Bessent por sua ajuda na resolução do problema de liquidez e dos ataques de nossos oponentes. Isso nos permite trilhar um caminho de paz."
Trump ajudou Milei a superar uma crise cambial no fim de setembro. O governo americano prometeu um auxílio de US$ 20 bilhões, por meio de swap cambial (trocas de pesos por dólares), o que ajudou a acalmar o mercado e a segurar a cotação do peso argentino, que bateu no teto da banda de flutuação definida pelo governo.
Milei busca ganhar tempo até as eleições de 26 de outubro, quando haverá renovação do Congresso. Ele precisa garantir ao menos um terço das cadeiras para conseguir aprovar reformas e evitar que seus decretos sejam derrubados. Nas últimas semanas, houve várias medidas presidenciais suspensas pelos parlamentares.
O presidente argentino tem mandato até o fim de 2027, mas poderá ter dois anos de mandato difíceis sem força no Congresso. Hoje, o partido do presidente tem apenas 36 dos 257 assentos na Câmara dos Deputados e depende do apoio de outros partidos para aprovar pautas.