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Trump deve receber Putin assim que o líder russo desembarcar no Alasca; veja detalhes da reunião

Presidentes dos EUA e Rússia se encontram nesta sexta-feira para discutir a crise na Ucrânia em primeira reunião presencial desde 2018

Trump e Putin: líderes se reúnem no Alasca para tratar da guerra na Ucrânia e de acordos entre EUA e Rússia. (Yuri KADOBNOV / AFP/AFP)

Trump e Putin: líderes se reúnem no Alasca para tratar da guerra na Ucrânia e de acordos entre EUA e Rússia. (Yuri KADOBNOV / AFP/AFP)

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 12h30.

Última atualização em 15 de agosto de 2025 às 13h41.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, receberá o líder russo, Vladimir Putin, assim que ele desembarcar do avião no Alasca nesta sexta-feira, 15, à tarde, de acordo com informações do Kremlin.

"Exatamente às 11h00, horário local (16h00 no horário de Brasília), o presidente deve pousar. O presidente Trump o receberá no avião", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à mídia estatal antes da partida de Putin para o Alasca.

Que horas será o encontro entre Trump e Putin?

A reunião está prevista para começar por volta das 16h30 no horário de Brasília, segundo o Kremlin.

Em seguida, os presidentes darão uma coletiva de imprensa conjunta, a primeira desde 2018 em Helsinque durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021), quando os dois demonstraram uma boa relação.

A conversa na base aérea de Elmendorf-Richardson, na sexta-feira, será realizada com intérpretes, informou o assessor diplomático do Kremlin, Yuri Ushakov.

"A agenda se concentrará principalmente na resolução da crise ucraniana", acrescentou Ushakov. Ele mencionou também a "cooperação bilateral".

Nesta quinta, Putin elogiou os "esforços" dos Estados Unidos "para pôr fim às hostilidades, resolver a crise e alcançar acordos que satisfaçam todas as partes envolvidas".

Por que Putin não será preso nos EUA, mesmo com mandado do TPI?

Apesar de ser alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) desde 2023, o presidente russo não pode ser detido durante sua visita ao Alasca. Isso ocorre porque nem os Estados Unidos nem a Rússia são signatários do Estatuto de Roma, tratado que criou o TPI em 2002.

O tribunal acusa Putin de ser “responsável pelo crime de guerra de deportação ilegal de crianças” de áreas ocupadas da Ucrânia para a Rússia. No entanto, o TPI depende de seus países-membros para efetuar prisões e extraditar suspeitos para Haia.

Além disso, os EUA mantêm uma postura crítica ao tribunal e já chegaram a aplicar sanções contra o TPI, como ocorreu em fevereiro, após a emissão de um mandado contra autoridades israelenses.

“Garantias de segurança”

O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, disse considerar primordial abordar as "garantias de segurança" para encerrar a guerra iniciada em 2022 com a invasão russa, a mais mortífera na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

A Ucrânia teme que um acordo de paz agora possa dar tempo para que a Rússia se rearme e volte a atacar daqui a algum tempo, e busca formas de garantir que isso não aconteça. Além disso, quer recuperar territórios tomados à força pelos russos.

Do outro lado, a Rússia quer garantias de que a Ucrânia não se una à Otan (aliança militar do Ocidente, que inclui EUA e Europa), que não haja tropas de potências ocidentais perto de seu território e quer manter sob seu controle áreas que conquistou durante o conflito.

No campo de guerra, a pressão aumenta sobre as tropas de Kiev, que enfrentaram um rápido avanço do Exército russo na frente de batalha na região leste de Donetsk, onde o Kremlin reivindicou a conquista de duas localidades nesta quinta.

Dezenas de drones disparados pela Ucrânia durante a noite de quarta-feira causaram um incêndio em uma refinaria e deixaram três feridos perto da cidade de Volgogrado, no sul da Rússia, segundo autoridades locais.

As posições oficiais dos dois lados no conflito seguem irreconciliáveis.

A Rússia exige que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e ao projeto de adesão à Otan.

Para Kiev, as exigências são inaceitáveis. Durante três rodadas de negociações, a última delas em Istambul, em julho, russos e ucranianos só conseguiram concordar sobre a troca de prisioneiros de guerra. Nesse contexto, Kiev e Moscou anunciaram nesta quinta-feira a troca de 84 prisioneiros de cada lado.

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