Agência de notícias
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 06h59.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou no domingo que está disposto a impor mais sanções à Rússia, depois que Moscou executou a maior ofensiva aérea contra a Ucrânia desde o início da guerra.
Um ataque de drones e mísseis russos na madrugada de domingo deixou pelo menos seis mortos em diferentes pontos da Ucrânia e provocou um incêndio na sede do governo em Kiev.
Trump declarou à imprensa que não está feliz com o ocorrido e, ao ser questionado na Casa Branca se estava disposto a impor mais sanções contra Moscou, respondeu: "Sim, estou".
Diante da magnitude do ataque, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou que espera uma resposta contundente dos Estados Unidos.
"É importante que os aliados reajam de forma global a este ataque", disse Zelensky em mensagem diária divulgada nas redes sociais.
A Rússia tem intensificado a ofensiva contra a Ucrânia desde que o presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu com Trump no Alasca, em 15 de agosto, sem avanços para um cessar-fogo.
O ataque contra a sede do governo ucraniano, um grande complexo no centro de Kiev, é o primeiro do tipo em três anos e meio de conflito. Zelensky alertou que a investida só prolongará a guerra.
Segundo a primeira-ministra ucraniana, Yulia Sviridenko, chamas atingiram o topo do prédio do conselho de ministros, mas não houve vítimas no edifício. O incêndio foi controlado pelos serviços de emergência.
De acordo com a Força Aérea Ucraniana, a ofensiva envolveu mais de 800 drones e 13 mísseis, sendo a maior operação aérea russa desde fevereiro de 2022.
Os ataques em Kiev mataram pelo menos três pessoas, incluindo uma mãe e seu bebê de dois meses, e deixaram mais de 20 feridos, incluindo uma mulher grávida que teve parto prematuro.
Três outras pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em ataques noturnos no leste e sudeste do país.
Zelensky discutiu o ataque em telefonema com Emmanuel Macron, que prometeu ajudar a Ucrânia a fortalecer sua defesa.
O presidente francês afirmou que a Rússia “se fecha cada vez mais na lógica da guerra e do terror”.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse que seu país está pronto para "aumentar a pressão sobre a Rússia", desde que acompanhado pelos parceiros europeus.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, também denunciaram o ataque.
Vários países europeus, liderados pela França e pelo Reino Unido, prometeram mobilizar forças na Ucrânia caso um acordo de paz seja concretizado. Moscou, porém, considera essas garantias de segurança como "inaceitáveis".
O ataque danifica a infraestrutura crítica e aumenta a pressão internacional sobre Moscou, que mantém suas exigências: a Ucrânia deve ceder território, reduzir seu arsenal e garantir neutralidade perante a Otan.