Agência de notícias
Publicado em 16 de junho de 2025 às 19h38.
Última atualização em 16 de junho de 2025 às 21h23.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, chegou a um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para implementar os termos comerciais divulgados no mês passado, que preveem a redução das tarifas dos EUA sobre importantes exportações britânicas e o aumento das cotas do Reino Unido para certos produtos agrícolas americanos.
Trump e Starmer apresentaram nesta segunda-feira um documento assinado durante a reunião do Grupo dos Sete (G7) em Kananaskis, no Canadá, concordando em avançar com medidas que facilitam o comércio de automóveis, produtos agrícolas e do setor aeroespacial — embora sem incluir, por ora, o fim imediato das tarifas sobre o aço, uma das principais demandas britânicas.
“Está feito, temos nosso acordo comercial”, disse Trump a repórteres, enquanto Starmer afirmou: “Este acordo agora implementa medidas sobre tarifas de automóveis e aeroespacial, é realmente um acordo importante.”
Os dois líderes não forneceram mais detalhes imediatos e não disseram quando os novos níveis tarifários entrarão em vigor. Quando implementado, este será o primeiro acordo firmado por Trump desde sua decisão de aumentar tarifas contra países ao redor do mundo.
Embora o presidente americano também tenha firmado um marco comercial com a China, que reduziu tarifas escalonadas, acordos com outros parceiros comerciais têm sido mais difíceis de obter.
Para Starmer, chegar a um acordo que protege setores-chave contra tarifas mais agressivas antes de outros países representa uma validação de sua abordagem diplomática, que evitou críticas abertas a Trump — embora a exclusão do aço, por enquanto, represente um duro golpe. Um funcionário do governo britânico afirmou que as tarifas sobre o aço continuam em 25%.
Para o presidente dos EUA, o acordo será apresentado como um sinal de que sua guerra tarifária está dando resultados, após conquistar concessões britânicas no setor agrícola.
O acordo sobre o aço vinha sendo questionado devido a preocupações dos EUA com a propriedade chinesa da British Steel. Embora o governo britânico tenha assumido o controle efetivo da fabricante, sua proprietária legal continua sendo o grupo chinês Jingye. Na segunda-feira, os EUA concordaram em isentar o Reino Unido de tarifas até um determinado limite, ainda não definido.
Segundo o documento-base publicado em maio, os EUA concordaram em reduzir as tarifas sobre automóveis importados do Reino Unido de 27,5% para 10% nos primeiros 100.000 veículos por ano, além de eliminar completamente as tarifas sobre o aço (de 25% para zero). Em troca, o Reino Unido se comprometeu a aumentar as cotas livres de tarifas para carne bovina e etanol dos EUA.