Trump se manifestou sobre seus primeiros 100 dias no poder (Kevin Dietsch/Getty Images/AFP (Photo by Kevin Dietsch / GETTY IMAGES NORTH)
Redação Exame
Publicado em 25 de abril de 2025 às 11h18.
Última atualização em 25 de abril de 2025 às 12h05.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que a península da Crimeia, que está sob ocupação russa, "permanecerá com a Rússia" e que o presidente ucraniano, Volodímir Zelensky, está ciente dessa realidade.
"A Crimeia permanecerá com a Rússia. Zelensky entende isso e todos entendem que ela está com eles há muito tempo. Está com eles muito antes de Trump chegar. Novamente, esta é a guerra de Obama. Esta é uma guerra que nunca deveria ter acontecido", disse Trump em entrevista à revista Time, publicada nesta sexta-feira, 25.
Trump, que se manifestou sobre seus primeiros 100 dias no poder, reiterou sua argumentação de que a Crimeia passou a ser controlada pela Rússia devido ao seu antecessor, o democrata Barack Obama (2009-2017).
"Dito isso, eles seriam capazes de recuperá-la? Eles tiveram seus russos. Eles tiveram seus submarinos ali muito antes de qualquer período do qual estamos falando, durante muitos anos. A maior parte da população fala russo na Crimeia. Mas isso foi dado por Obama, não por Trump. [...] Comigo como presidente, a Crimeia não teria sido tomada", acrescentou.
A Crimeia ganhou destaque em fevereiro de 2014, após a derrubada do presidente ucraniano Viktor Yanukovich, que se refugiou na Rússia, devido às manifestações em Kiev contra sua política e gestão. Após um referendo em março daquele ano, não reconhecido pela Ucrânia, ONU, Otan, UE e Estados Unidos, o presidente russo, Vladimir Putin, selou a anexação da região à Rússia.
No entanto, Trump afirmou nesta sexta-feira que ainda acredita na possibilidade de paz no atual conflito entre Rússia e Ucrânia. "Acredito que Putin preferiria fazer isso de outra forma, preferiria levar tudo. E eu acho que, graças a mim, sou o único que pode negociar isso. Já avançamos muito. Tivemos conversas muito boas e estamos muito perto de um acordo. E não acho que ninguém mais teria sido capaz de alcançar isso", disse.
Trump também declarou que está impondo "muita pressão" à Rússia, mas não considera o país um obstáculo à paz, enquanto criticava Zelensky por rejeitar categoricamente o reconhecimento da Crimeia como território russo. O presidente dos EUA também descartou a possibilidade de a Ucrânia integrar a Otan. "Não acredito que eles possam entrar na Otan. Acredito que isso foi, desde o primeiro dia, o que causou o início da guerra. [...] Se isso não tivesse sido falado, haveria muito mais chances de que a guerra não tivesse começado", concluiu.
*Com EFE.