Donald Trump: presidente americano discursa no parlamento de Israel (EVAN VUCCI /AFP)
Repórter
Publicado em 13 de outubro de 2025 às 09h43.
Última atualização em 13 de outubro de 2025 às 10h17.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, discursou nesta segunda-feira, 13, no Parlamento de Israel, em meio ao cessar-fogo em Gaza e à preparação para a primeira fase de seu plano de paz para a região. A fala durou mais de uma hora e antecedeu sua chegada à cúpula da paz no Egito, onde está prevista a assinatura oficial do acordo.
Trump afirmou que o momento representa “o fim da era do terror e da morte” e “o início de uma nova era de fé e esperança” no Oriente Médio. Segundo ele, trata-se de uma oportunidade para os palestinos “virarem para sempre a página do terror”.
O presidente afirmou que Gaza será desmilitarizada “imediatamente”, incluindo a retirada das forças israelenses e o desarmamento do Hamas. O plano de 20 pontos apresentado pelo presidente dos Estados Unidos prevê que o grupo militante entregue suas armas.
Durante o discurso, ele também afirmou que gostaria de fechar um acordo de paz com o Irã, após a breve guerra de junho, quando os EUA e Israel atacaram instalações nucleares iranianas. “Seria ótimo se pudéssemos fazer um acordo de paz com eles. Acho que eles querem isso”, declarou.
O presidente destacou ainda que “o punhal do Hezbollah foi totalmente destruído” no Líbano e elogiou a nova presidência libanesa, que tem como meta desarmar as brigadas do grupo ao sul do rio Litani. Ele mencionou que seu governo está apoiando esse processo.
Trump exaltou o retorno de 20 reféns vivos sequestrados em 7 de outubro de 2023, além dos corpos de 28 pessoas.
O presidente chamou a guerra de “pesadelo doloroso” e agradeceu aliados que ajudaram no acordo, citando o enviado especial Steve Witkoff, seu genro Jared Kushner, o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário de Guerra Pete Hegseth.
A sessão foi brevemente interrompida por um parlamentar de esquerda que exibiu um cartaz com os dizeres “Reconheçam a Palestina”. Trump respondeu com bom humor ao ser protegido por seguranças, arrancando aplausos e gritos de “Trump” dos parlamentares israelenses.
Ao final do discurso, Trump pediu que Benjamin Netanyahu se levantasse e afirmou que o premiê “não é a pessoa mais fácil de lidar, mas é isso que o torna grande”.
No discurso de encerramento, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu agradeceu ao presidente americano pela “amizade extraordinária” e por pavimentar um “caminho para a paz”. Ele afirmou que pretende indicar Trump ao Prêmio Israel, a mais alta honraria do país, e brincou que o presidente americano ainda receberá o Prêmio Nobel da Paz.
Netanyahu disse acreditar que a liderança global de Trump ajudará Israel a normalizar relações com mais países árabes. “Nossos inimigos entenderam que atacar Israel em 7 de outubro foi um erro catastrófico”, afirmou. “Israel é forte e está aqui para ficar.”
Ele também ressaltou o alto custo humano do conflito em Gaza e classificou o retorno dos reféns como um “dia histórico” para o país.