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Trump diz que fará novo encontro com Putin e reabre negociações sobre Guerra da Ucrânia

Presidente dos Estados Unidos conversou com Putin nesta quinta-feira, 16, por telefone

Vladimir Putin e Donald Trump: presidentes da Rússia e EUA se encontraram para discutir a guerra na Ucrânia em 15 de agosto de 2025.

Vladimir Putin e Donald Trump: presidentes da Rússia e EUA se encontraram para discutir a guerra na Ucrânia em 15 de agosto de 2025.

Publicado em 16 de outubro de 2025 às 14h29.

Última atualização em 16 de outubro de 2025 às 14h49.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que vai se encontrar novamente com Vladimir Putin, presidente da Rússia, em Budapeste, na Hungria. Os chefes de Estado conversaram por telefone nesta quinta-feira, 16.

A informação foi confirmada através de uma publicação na rede social do republicano, Truth Social.

"O presidente Putin e eu nos reuniremos em Budapeste, na Hungria, para avaliar se podemos pôr fim a essa “inglória” guerra entre Rússia e Ucrânia", escreveu Trump. "Acredito que a conversa telefônica de hoje representou um grande avanço".

 

Segundo o presidente dos EUA, Putin o parabenizou pelo acordo de paz conquistado no Oriente Médio entre Israel e Hamas. "Acredito, de fato, que o sucesso no Oriente Médio ajudará nas nossas negociações para alcançar o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia", afirmou Trump.

O republicano disse os líderes concordaram em realizar uma reunião entre seus conselheiros de "alto nível" na próxima semana.

"As reuniões iniciais dos Estados Unidos serão lideradas pelo secretário de Estado, Marco Rubio, junto com outras pessoas que ainda serão designadas", disse. O local do encontro ainda não foi definido.

Trump tem um encontro marcado com o presidente de Ucrânia, Volodymyr Zelensky, nesta sexta-feira, 17. Os presidentes vão se encontrar no Salão Oval da Casa Branca e a guerra com a Rússia deve ser discutida.

Encontro entre Trump e Putin no Alasca

Donald Trump e Vladimir Putin se encontraram presencialmente no dia 15 de agosto, no Alasca, quando disseram terem feitos avanços nas negociações, mas sem revelar quais.

Na ocasião, os presidentes fizeram discursos breves. Putin falou primeiro e disse que 'ainda não há acordo fechado' quanto à guerra na Ucrânia. Ele voltou a falar que as "causas-raízes" do conflito, precisam ser resolvidas. No entanto, afirmou que está interessado em um acordo de paz.

O líder russo sugeriu que a Ucrânia era apenas uma das várias questões discutidas, apontando para o potencial para maior cooperação comercial e empresarial, bem como para a cooperação no Ártico e na exploração espacial. Putin disse que era importante que os países "virassem a página".

Trump seguiu linha parecida. "Tivemos uma reunião muito produtiva. Concordamos em muitos, muitos pontos, a maioria deles. Eu diria que há alguns pontos importantes que ainda não alcançamos, mas já fizemos alguns progressos", disse.

Os dois presidentes não deram detalhes sobre quais foram os temas debatidos, nem mencionaram o que seria um primeiro passo para o fim da guerra: um cessar-fogo temporário. Trump disse, ao chegar para o encontro, que desejava obter uma pausa no conflito.

Quais as demandas de Rússia e Ucrânia?

A Guerra da Ucrânia começou em 2022, quando forças russas invadiram o país vizinho, sob alegação de que a Ucrânia representaria uma ameaça por buscar se aproximar da Otan, a aliança militar do Ocidente.

Em seguida, os Estados Unidos e a Europa enviaram bilhões de dólares em dinheiro, suprimentos e armas de última geração para a Ucrânia, que conseguiu conter parte do avanço russo e afastá-los da capital Kiev. No entanto, a Rússia conseguiu dominar outras áreas, no leste e no sul da Ucrânia, e a guerra entrou um cenário de avanços lentos dos dois lados, apesar de centenas de milhares de mortes registrados.

A Ucrânia teme que um acordo de paz agora possa dar tempo para que a Rússia se rearme e volte a atacar daqui a algum tempo, e busca formas de garantir que isso não aconteça. Além disso, quer recuperar territórios tomados à força pelos russos.

Do outro lado, a Rússia quer garantias de que a Ucrânia não se una à Otan), que não haja tropas de potências ocidentais perto de seu território e quer manter sob seu controle áreas que conquistou durante o conflito.

A Rússia exige ainda que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas (Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson), além da Crimeia, anexada em 2014, e que renuncie ao fornecimento de armas ocidentais e ao projeto de adesão à Otan.

Para Kiev, as exigências são inaceitáveis. Durante três rodadas de negociações, a última delas em Istambul, em julho, russos e ucranianos só conseguiram concordar sobre a troca de prisioneiros de guerra.

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