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Trump ligou para María Corina Machado para parabenizá-la pelo Prêmio Nobel da Paz, segundo Bloomberg

Em uma publicação nas redes sociais, a opositora de Nicolás Maduro dedicou o prêmio ao presidente dos EUA e ao povo venezuelano

Em uma publicação nas redes sociais, a opositora de Nicolás Maduro dedicou o prêmio ao presidente dos EUA e ao povo venezuelano (PEDRO MATTEY/AFP)

Em uma publicação nas redes sociais, a opositora de Nicolás Maduro dedicou o prêmio ao presidente dos EUA e ao povo venezuelano (PEDRO MATTEY/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 10 de outubro de 2025 às 14h36.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ligou para a líder da oposição venezuelana María Corina Machado para parabenizá-la pelo Prêmio Nobel da Paz, disseram fontes próximas ao americano à Bloomberg, apesar das especulações de que ele ficaria indignado por não receber a honraria neste ano.

A Casa Branca não confirmou a informação até o momento. Em uma publicação nas redes sociais, a opositora de Nicolás Maduro dedicou o prêmio ao presidente dos EUA e ao povo venezuelano, elogiando o "apoio decisivo" do americano. Trump, por sua vez, republicou a declaração dela em sua própria conta na rede Truth Social.

O prêmio, que Trump reivindicava para si e é motivo de desejo desde seu primeiro mandato, coincide com uma operação militar dos Estados Unidos no Caribe, que o regime chavista considera uma "ameaça".

"Este imenso reconhecimento da luta de todos os venezuelanos é um ímpeto para concluir nossa tarefa: alcançar a liberdade", escreveu ela no X. "Hoje, mais do que nunca, contamos com o presidente Trump, o povo dos Estados Unidos, os povos da América Latina e as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia."

María Corina foi premiada "por seu incansável trabalho de promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia", anunciou o presidente do Comitê Nobel, Jørgen Watne Frydnes, na manhã desta sexta-feira.

Em uma ligação telefônica com o secretário do comitê, enquanto ainda era madrugada na Venezuela, a líder pareceu atordoada e animada ao ouvir a notícia. "Meu Deus", disse ela, segundo o vídeo postado na conta do Prêmio Nobel na rede social X. "Tenho certeza de que venceremos. Este é certamente o maior reconhecimento para o nosso povo, que realmente merece", afirmou.

A líder, que já conquistou três importantes prêmios internacionais — o Nobel, o Sakharov e o Václav Havel — vive na clandestinidade desde a reeleição de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais de julho de 2024, denunciadas como fraudulentas pela oposição.

'Política acima da paz'

Como esperado pelos observadores, o prêmio escapou das mãos do presidente americano, Donald Trump, no mesmo dia em que a trégua entre Israel e o Hamas, acordada sob pressão do líder republicano, entrou em vigor em Gaza.

Apesar de vários grupos ou indivíduos — incluindo o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, e os líderes do Paquistão e Camboja — terem afirmado que o indicaram neste ano, o prêmio concedido nesta sexta-feira foi destinado a homenagear conquistas em 2024 (o prazo final das indicações era 31 de janeiro, pouco após o retorno de Trump à Casa Branca). E o chefe do comitê disse que a decisão sobre o laureado deste ano havia sido tomada na segunda-feira, antes do acordo de cessar-fogo em Gaza. Isso não significa que não possa concorrer novamente em 2026 por tais nomeações.

Ainda assim, a Casa Branca criticou a notícia, afirmando que o Nobel privilegiou critérios políticos. "O presidente Trump continuará alcançando acordos de paz, acabando com guerras e salvando vidas", escreveu no X o diretor de comunicação da Casa Branca, Steven Cheung. "O Comitê do Nobel provou que coloca a política acima da paz".

Operações no Caribe

O prêmio foi concedido à María Corina em um momento em que Washington acusa o presidente venezuelano de estar por trás das redes de narcotráfico e afirma que sua operação obedece a um dispositivo antidrogas.

María Corina, engenheira de 58 anos e mãe de três filhos, manifestou seu apoio a essa mobilização militar, que levou a vários ataques a embarcações na região que, segundo os Estados Unidos, transportavam drogas.

A opositora vive na clandestinidade desde as eleições presidenciais de 28 de julho de 2024, nas quais Maduro reivindicou a vitória apesar das denúncias de fraude.

Nas últimas semanas, circulou nas redes sociais o rumor, alimentado também pelo ministro do Interior Diosdado Cabello, de que María Corina Machado estaria refugiada na embaixada dos Estados Unidos. Seu paradeiro, porém, não pôde ser confirmado pela AFP nem por nenhuma autoridade venezuelana ou americana.

O prêmio, que será entregue em 10 de dezembro em Oslo, consiste em uma medalha de ouro, um diploma e uma quantia de US$ 1,2 milhão (R$ 6,42 milhões).

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