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Trump na 1ª fila, Milei em 'área VIP': Como Vaticano organizou assentos no funeral do papa

Com a presença de dezenas de delegações estrangeiras, algumas de países hostis entre si, organizadores recorreram a protocolo para evitar constrangimentos

Chefes de Estado, no funeral do papa (Andreas Solaro/AFP)

Chefes de Estado, no funeral do papa (Andreas Solaro/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 26 de abril de 2025 às 08h59.

O funeral do papa Francisco é uma ocasião solene, imersa na pompa católica romana, para a despedida de um pontífice que liderou a Igreja por mais de uma década. Mas, com a presença de dezenas de delegações estrangeiras — algumas de países abertamente hostis entre si —, a disposição dos assentos no funeral representou um possível "pesadelo" para os organizadores do Vaticano.

Do brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva ao americano Donald Trump, 50 chefes de Estado confirmaram presença na cerimônia, que conta ainda com ao menos 130 delegações estrangeiras.

Na lista de convidados confirmados, por exemplo, havia um ministro russo e o presidente da Ucrânia; um ministro do Irã e um embaixador de Israel; o presidente Trump e seu antecessor Joe Biden, além dos líderes de países que Trump atingiu com tarifas e acusou de maltratar os Estados Unidos.

O protocolo do Vaticano ofereceu uma solução para o potencial constrangimento geopolítico: o alfabeto.

Na missa fúnebre ao ar livre de Francisco na Praça de São Pedro, os membros das delegações estrangeiras foram divididos em grupos, como monarcas e chefes de governo, e então acomodados em ordem alfabética com base no nome de seu país em francês, a língua oficial da diplomacia, de acordo com uma lista divulgada pelo Vaticano.

Onde os chefes de Estado se sentaram

Os monarcas reinantes sentaram-se primeiro, seguidos por chefes de Estado, chefes de governo, membros da realeza e assim por diante, incluindo ministros e outras autoridades.

Apenas os chefes de Estado da Itália e da Argentina, terra natal do papa, tiveram assentos privilegiados. A delegação com o presidente do país, Javier Milei, sentou-se mais perto da praça neste sábado, informou o Vaticano, seguida pela da Itália.

Para o Vaticano, todos os países são iguais perante o alfabeto. Mas isso não significa que não houvesse chance de momentos constrangedores.

Donald Trump, o presidente dos Estados Unidos — les États-Unis em francês —, ficou entre os líderes da Estônia e da Finlândia, dois países que fazem fronteira com a Rússia, apoiam a Ucrânia e acompanham com cautela os acenos da Casa Branca a Moscou em meio às negociações pelo fim da guerra. Do outro lado de um corredor, também na primeira fila, sentaram-se o presidente francês, Emmanuel Macron, e a primeira-dama Brigitte.

Zelensky, que, segundo a Casa Branca, teve uma conversa "muito produtiva" com Trump antes do funeral, ficou a apenas 10 assentos e um corredor de distância do republicano, na mesma fileira.

Quatro fileiras para trás, ficou o ex-presidente Joe Biden com a ex-primeira-dama Jill Biden. Representante do Reino Unido, o Príncipe William se sentou ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz.

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