Tarifas comerciais: Trump confirma novas medidas tarifárias contra países do Brics e defende o domínio do dólar. (ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP)
Agência de notícias
Publicado em 8 de julho de 2025 às 15h15.
O presidente americano Donald Trump disse que os países do Brics estão tentando destruir o domínio do dólar, mas “pagarão um alto preço” se tentarem. Em discurso durante uma reunião de gabinete, Trump voltou a afirmar que vai aplicar uma sobretaxa de 10% aos países do bloco — formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia e China — e a todos que se alinharem ao Brics.
Trump disse que o grupo não representa "uma ameaça séria", mas afirmou que o "dólar é rei" e que os EUA vão trabalhar para manter isso:
"Perder o lugar do dólar como padrão mundial seria como perder uma guerra", disse o presidente.
Após passar a manhã desta terça-feira com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que não aceita "nenhuma reclamação" sobre o Brics. Em resposta ao presidente dos Estados Unidos, que ameaçou taxar em 10% as exportações de países que se alinhem ao grupo de países em desenvolvimento, Lula voltou a dizer que o Brasil é uma nação soberana.
"Nós não aceitamos nenhuma reclamação contra a reunião do Brics. Por isso que não concordamos quando ontem (segunda-feira) o presidente dos EUA insinuou que vai taxar os países Brics"
O presidente americano confirmou nesta terça-feira que não vai adiar o prazo de 1º de agosto para que entrem em vigor as chamadas tarifas recíprocas, que vão incidir sobre importações de países que não alcançarem acordos comerciais com os EUA.
Ele disse também que planeja implementar uma tarifa de 50% sobre o cobre como parte de um conjunto de tarifas setoriais iminentes, ao mesmo tempo em que indicou que pode conceder pelo menos um ano para os fabricantes de produtos farmacêuticos antes de aplicar taxas sobre os produtos fabricados no exterior.
Trump voltou a criticar hoje Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, e afirmou que ele deveria “renunciar imediatamente” caso se confirmem as alegações feitas por críticos de que o economista teria enganado parlamentares sobre as reformas na sede da instituição.