O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, acompanhado de Howard Lutnick, presidente e CEO da Cantor Fitzgerald e escolhido por Trump para secretário de Comércio em dezembro de 2024 (Andrew Harnik/AFP)
Editor de Macroeconomia
Publicado em 5 de março de 2025 às 11h42.
Última atualização em 5 de março de 2025 às 11h45.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve anunciar nesta quarta-feira, 5, exceções às tarifas de 25% aplicadas sobre produtos importados do Canadá e do México. Segundo o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, há possibilidade de alívio para setores como o automotivo.
Trump havia imposto uma tarifa de 25% sobre a maioria dos produtos vindos do México e do Canadá nesta semana. Segundo Lutnick, algumas categorias permanecerão sob a taxa, enquanto outras poderão ser isentas. "Pode ser o setor automotivo, pode ser outro", disse em entrevista à Bloomberg Television.
O secretário destacou que as tarifas fazem parte de um esforço para conter o fluxo do fentanil para os EUA. Além disso, um conjunto mais amplo de medidas comerciais será anunciado em 2 de abril. Produtos que receberem alívio agora poderão ser incluídos na nova revisão tarifária.
"Haverá tarifas — sejamos claros — mas o que ele [Trump} está considerando é quais setores do mercado talvez recebam algum alívio até chegarmos, claro, a 2 de abril", disse Lutnick na entrevista. "Acho que ficará em algum ponto intermediário."
Lutnick afirmou que a decisão será divulgada na tarde desta quarta-feira e a administração Trump pode reduzir tarifas para produtos que estejam em conformidade com as regras do Acordo Estados Unidos–México–Canadá (USMCA, em inglês), acordo comercial firmado por Trump em seu primeiro mandato.
O secretário indicou que as três principais montadoras americanas — Ford, General Motors e Stellantis (dona da Chrysler) — seguem as normas do USMCA. Após suas declarações, as ações da GM subiram mais de 5% no pré-mercado de Nova York, enquanto a Ford avançou 2% e a Stellantis ganhou 7% nas negociações na Europa.
Lutnick minimizou dados econômicos recentes que apontam impacto negativo das políticas de Trump sobre empresas e consumidores. "Vocês estão olhando para dados de Biden", disse, sugerindo que o ex-presidente Joe Biden deixou uma economia em más condições.
Na entrevista, ele citou investimentos anunciados por empresas como Apple e Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC) para justificar a confiança no mercado americano. "Há trilhões de dólares em manufatura vindo para os EUA. A cavalaria está chegando", afirmou.