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Trump prepara acordos sobre 'tarifaço', diz site

Acordos comerciais em negociação podem aliviar tarifas e abrir espaço para reduções nos preços de alimentos nos EUA, enquanto Brasil e Washington avançam para um acerto até dezembro

Trump e Lula: tarifaço abalou relação entre os países liderados por eles ( ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP)

Trump e Lula: tarifaço abalou relação entre os países liderados por eles ( ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP)

Publicado em 14 de novembro de 2025 às 05h58.

Última atualização em 14 de novembro de 2025 às 06h10.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está próximo de fechar acordos comerciais e reduzir tarifas, segundo o New York Times. E o Brasil, um dos países mais afetados pelo “tarifaço” — com taxas de 50% desde julho — deve entrar na lista de países beneficiados.

A movimentação ocorre em meio ao esforço da Casa Branca para conter a alta no preço dos alimentos e responder à preocupação dos eleitores com o custo de vida. Trump, segundo o NYT, prepara cortes substanciais de tarifas e uma série de novos acordos com países da América Latina, incluindo Argentina, Guatemala, El Salvador e Equador.

Os entendimentos, de acordo com o site americano, incluem a redução de tarifas sobre itens básicos como café, bananas e carne bovina, além de flexibilizações para produtos não produzidos dentro dos EUA. A expectativa do governo é que varejistas repassem o alívio para os consumidores americanos.

A Argentina foi o destaque do pacote. O acordo prevê abertura mútua de mercados e acesso preferencial para produtos americanos, como medicamentos, maquinário e dispositivos médicos, em um impulso para o presidente argentino Javier Milei, aliado de Trump. Houve avanços também com a Suíça, em negociações que podem reduzir tarifas sobre itens como relógios e chocolates.

Além disso, autoridades americanas afirmaram ao NYT que a administração prepara isenções amplas para alimentos — incluindo carne e frutas cítricas — diante da forte pressão causada pela inflação.

Apesar das reduções, Trump deve apenas reverter parte das tarifas impostas por ele mesmo no início do ano, voltando taxas a níveis anteriores ao seu mandato.

Brasil e EUA: negociações avançam com encontro entre Vieira e Rubio

Embora o Brasil não esteja no pacote inicial previsto por Trump, um acordo entre os dois países deve acontecer até dezembro, segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira. A declaração ocorreu após reunião com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, em Washington.

Em conversa com jornalistas, Vieira afirmou que Rubio reafirmou a proposta de um acerto “no fim deste mês ou início do próximo”, seguido de um acordo definitivo em dois ou três meses, que resolveria pendências comerciais entre os dois países.

Segundo o Itamaraty, desde julho as exportações brasileiras correm risco de enfrentar tarifas de 50%, além do adicional de 10% generalizado aplicado por Trump — embora alguns produtos tenham sido posteriormente isentos.

As conversas ganharam fôlego após Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontrarem rapidamente na ONU e, depois, em uma reunião na Malásia. Lula pediu a remoção das tarifas e das sanções impostas a autoridades brasileiras.

Vieira informou que o governo brasileiro enviou uma nova proposta comercial aos EUA e aguarda resposta. Ele não detalhou o conteúdo do documento.

Nos últimos dias, Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, sugeriram reduzir tarifas sobre o café, produto importante para o Brasil. O tema, segundo Vieira, não foi tratado no encontro com Rubio.

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