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Trump pressiona China por compra de soja e diz que pode reduzir tarifas

A trégua entre os dois países tem validade até 10 de novembro, mas está ameaçada pelas recentes medidas de ambos os lados

Publicado em 20 de outubro de 2025 às 06h28.

Última atualização em 20 de outubro de 2025 às 07h00.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira, 20, que só aceitará revisar tarifas sobre produtos chineses se houver contrapartidas claras em temas como soja, fentanil e minerais raros.

A declaração foi dada a bordo do Air Force One, em meio à crescente tensão nas relações entre Washington e Pequim. Trump classificou as demandas como "questões normais", mas decisivas para qualquer avanço comercial com a China.

A trégua atual entre os dois países vai até 10 de novembro, mas recentes medidas de ambos os lados colocam o entendimento em risco. O governo americano impôs novas restrições a navios chineses e ampliou sanções contra empresas de tecnologia. Em resposta, Pequim anunciou controles mais rígidos na exportação de terras raras.

Soja é exigência prioritária nas tratativas

O presidente americano voltou a cobrar o retorno das compras de soja em níveis anteriores por parte da China. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, em 2025, o país não exportou nenhum volume da oleaginosa para o mercado chinês — que em 2024 movimentou US$ 12,6 bilhões.

A queda nos embarques preocupa produtores americanos, base eleitoral de Trump, que enfrentam excesso de oferta e preços em baixa. Dados da American Farm Bureau Federation mostram uma retração de 78% nas exportações para a China entre janeiro e agosto, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Fentanil e minerais raros intensificam atrito

Trump também mencionou o fentanil como tema crucial. Ele cobra que a China adote medidas mais eficazes contra a exportação de precursores da droga, relacionada à crise de opioides nos EUA. Pequim, por sua vez, afirma que o problema é uma responsabilidade doméstica americana.

Sobre os minerais raros, o presidente afirmou não aceitar “jogos” por parte do governo chinês. Ele se referia às tentativas de Pequim de restringir o envio desses insumos estratégicos, essenciais para setores como defesa, eletrônicos e semicondutores. Caso não haja recuo, Trump ameaça impor tarifa de 100% sobre produtos chineses.

Trump e Xi devem se encontrar ainda este mês

Uma reunião entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, está prevista para o fim do mês, durante a cúpula da APEC, na Coreia do Sul. O presidente americano disse esperar o encontro, mas deixou claro que só aceitará um pacto que considere “justo” para os interesses dos EUA.

Enquanto isso, os diálogos diplomáticos seguem. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, deve se reunir com autoridades chinesas nesta semana, na Malásia, para discutir as tarifas e tentar avançar nas negociações.

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