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Trump propõe repassar verba do 'Obamacare' direto aos cidadãos

Republicanos e democratas seguem sem acordo após 39 dias de paralisação do governo; proposta de Trump visa redistribuir recursos dos seguros de saúde

Publicado em 8 de novembro de 2025 às 15h36.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs neste sábado, 8, que os recursos destinados ao programa de saúde conhecido como "Obamacare" sejam redirecionados diretamente aos cidadãos. Segundo ele, isso permitiria que cada americano contratasse uma assistência médica "muito melhor".

"Recomendo aos republicanos do Senado que as centenas de bilhões de dólares que atualmente são enviados às companhias de seguros, que absorvem o dinheiro, com o objetivo de salvar a má assistência sanitária proporcionada pelo 'Obamacare', sejam enviados diretamente às pessoas", escreveu Trump na plataforma Truth Social.

O presidente argumentou que o atual modelo favorece "grandes e más companhias de seguros" e que sua proposta eliminaria, "por cada dólar gasto", o que chamou de "o pior sistema de saúde do mundo".

A proposta surge em meio ao impasse político que mantém o governo americano parcialmente paralisado há 39 dias — o mais longo shutdown da história dos Estados Unidos. No centro da disputa está justamente a Lei de Cuidado Acessível, o "Obamacare", sancionada em 2010 pelo então presidente democrata Barack Obama.

A legislação prevê subsídios a seguradoras para garantir cobertura médica a milhões de americanos. A renovação desses subsídios, que vence no fim deste ano, tornou-se o principal ponto de discórdia entre democratas e republicanos, travando as negociações para reabrir o governo federal.

Negociações travadas entre partidos

Os democratas recusaram aceitar qualquer orçamento provisório que não inclua a renovação desses subsídios. Os republicanos, por sua vez, rejeitam a proposta, acusando, sem apresentar provas, que o objetivo seria estender a cobertura a imigrantes em situação irregular.

Na sexta-feira, 7, o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, propôs aos republicanos um acordo para reabrir o governo em troca da extensão dos subsídios por mais um ano. A proposta foi descartada pelo líder da maioria republicana, John Thune, que classificou a iniciativa como um "fracasso assegurado" em entrevista à emissora CBS.

Durante o fim de semana, o Senado segue em sessão para tentar avançar nas negociações.

Impactos da paralisação

O bloqueio orçamentário afeta diretamente funcionários federais, programas sociais e infraestrutura crítica. Entre os principais impactos está a redução do tráfego aéreo, devido à escassez de controladores. O Departamento de Transportes já ordenou cortes de até 10% nos voos, com possibilidade de chegar a 20% se a situação persistir.

Milhares de voos foram cancelados ou sofreram atrasos em grandes aeroportos, agravando a pressão por uma solução.

O programa de assistência alimentar (SNAP) também enfrenta interrupções, ampliando os efeitos sociais da paralisação.

*Com informações da EFE

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