Agência de notícias
Publicado em 24 de junho de 2025 às 15h30.
Última atualização em 24 de junho de 2025 às 15h31.
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, enviou uma mensagem privada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que publicou o recado na sua plataforma Truth Social nesta terça-feira. Nas mensagens, que foram classificadas como "genuínas" por um funcionário da Otan, Rutte parabenizou Trump pelos ataques ao Irã e disse que "isso deixa todos nós mais seguros".
"Parabéns e obrigado por sua ação decisiva no Irã, que foi realmente extraordinária e algo que ninguém mais ousou fazer. Isso deixa todos nós mais seguros", escreveu Rutte a Trump, que viajou nesta terça para Haia, na Holanda, onde acontecerá a cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
"Você está voando para outro grande sucesso em Haia esta noite. Donald, você nos conduziu a um momento muito, muito importante para os Estados Unidos, a Europa e o mundo. Você conseguirá algo que NENHUM presidente americano em décadas conseguiu fazer. A Europa vai pagar em GRANDE escala, como deveria, e a vitória será sua", acrescentou o secretário-geral na mensagem, que foi publicada por Trump como uma captura de tela.
Também nesta terça-feira, Trump disse que foi uma "grande honra" destruir todas as capacidades nucleares iranianas — apesar de não haver confirmação oficial sobre a destruição. Segundo ele, tanto Israel quanto o Irã queriam “parar a guerra igualmente”.
Do gramado da Casa Branca, antes de embarcar para a cúpula da Otan, Trump ratificou sua demanda de gastos. Cercada de conflitos, a Otan se prepara para oficializar o drástico aumento de gastos com Defesa, exigido por Trump, com a dúvida sobre a adequação em definitivo da Espanha, que se considera isenta de investir 5% de seu PIB na Aliança.
Após anunciar um cessar-fogo entre Israel e Irã, o republicano foi à Haia, onde participará, na noite desta terça, de um banquete oferecido pelo rei holandês Willem-Alexander aos 32 líderes da organização.
Antes de embarcar, Trump pressionou seus parceiros europeus em seu ponto mais sensível: o artigo 5 da Otan.
— Depende de sua definição. Há muitas formas de definir o artigo 5 — disse o presidente, em resposta a uma pergunta sobre seu compromisso com a defesa mútua.
Os EUA, que aportaram 62% do total de gastos de Defesa da Otan no ano passado, exigem que os membros europeus e o Canadá aumentem seu investimento no setor para 5% do PIB nacional. Caso contrário, Trump ameaça não dar assistência em caso de agressão aos "maus pagadores", além de reduzir a presença militar americana em um continente sacudido pela guerra na Ucrânia.
O aumento que se avizinha é grande. Em 2024, segundo dados da Otan, o gasto médio com a Defesa entre os membros europeus e o Canadá foi de 2%, a meta dominante até agora. Washington, por sua vez, investiu 3,2%. Para abrir a via para este processo que depende de consensos, orçamentos e aprovações legislativas, a meta de 5% para 2035 se constitui de duas partes.
A situação da Ucrânia, inclusive, é a outra chave desta cúpula, para além do "convidado" de última hora, o conflito entre Israel e Irã. Trump e Zelensky devem, a princípio, reunir-se na tarde de quarta-feira em Haia, o que dará destaque ao líder ucraniano, que os organizadores não incluíram na sessão plenária de quarta para evitar um embate com o americano, como o que ocorreu em fevereiro no Salão Oval.