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Trump sinaliza que vai reduzir tarifas sobre café; Brasil seria beneficiado

O presidente reconheceu problemas pontuais e citou a carne como exemplo

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 11 de novembro de 2025 às 22h57.

Em entrevista à rede americana Fox News, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que seu governo deve reduzir tarifas de importação sobre o café, medida que teria como objetivo baratear o produto para os consumidores americanos. O Brasil seria o maior beneficiado pela medida.

Atualmente, o café brasileiro está sujeito a uma taxação de 50%, o que encareceu o produto no mercado interno dos EUA e contribuiu para a pressão inflacionária local. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial do grão e abastece grande parte da demanda americana.

No vídeo da entrevista, publicado no site da emissora na noite desta terça-feira, Trump declarou que pretende cortar “algumas tarifas” sobre o café, o que pode incluir o produto na lista de exceções ao pacote de sobretaxações contra o Brasil.

Questionado sobre os efeitos da política tarifária nos preços, o presidente reconheceu problemas pontuais e citou a carne como exemplo. O produto também foi alvo de sobretaxa, mas, segundo ele, a economia americana “nunca esteve tão forte” e os impactos inflacionários seriam limitados.

“Estamos indo fenomenalmente bem, esta é a melhor economia que já tivemos”, disse Trump, admitindo dificuldades “pontuais”.

Ao ser lembrado pela entrevistadora de que o café também está mais caro, Trump respondeu:

“Café, nós vamos reduzir algumas tarifas e teremos algum café vindo”, declarou, acrescentando que fará ajustes “cirúrgicos” nas tarifas e que a tendência dos preços nos EUA é de queda.

Tarifas derrubam em 65% exportações de cafés especiais aos EUA

s tarifas impostas pelo presidente americano Donald Trump aos produtos brasileiros reduziram os embarques de cafés especiais para a América do Norte em quase 65%, segundo dados da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).

Em julho, Trump anunciou uma tarifa de 50% para itens vindos do Brasil, vigente a partir de agosto. Naquele mês, as vendas gerais de produtos brasileiros para os EUA caíram 16,5%. Em setembro, a baixa foi de 20,3% e, em outubro, as exportações despencaram 37,9%.

Das 10 milhões de sacas de cafés finos exportados pelo Brasil, cerca de 2 milhões vão para os Estados Unidos, de acordo com a entidade. A redução das exportações é significativa porque os cafés especiais têm valor agregado mais alto: uma saca de 60 quilos pode ultrapassar os R$ 3.000.

O vice-presidente da BSCA, Luiz Roberto Saldanha, informou que muitos contratos que haviam sido assinados foram suspensos, cancelados ou adiados a pedido dos importadores americanos depois da taxação de 50%.

"Se o tarifaço permanecer, a tendência é que os norte-americanos diminuam, cada vez mais, as importações dos cafés especiais brasileiros e saiam, inclusive, da liderança entre os principais parceiros comerciais do produto no acumulado do ano", disse Saldanha, em nota à EXAME.

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