Repórter
Publicado em 14 de julho de 2025 às 15h19.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá anunciar nesta terça-feira, 15, US$ 70 bilhões em investimentos em inteligência artificial e energia no estado da Pensilvânia. Essa iniciativa faz parte do plano da Casa Branca de acelerar o desenvolvimento da tecnologia no país.
O republicano deve compartilhar os detalhes desta ação em um evento em Pittsburgh, de acordo com um funcionário do governo, que falou sob condição de anonimato à agência Bloomberg. Os investimentos de diversas empresas incluirão novos data centers, expansão da geração de energia e melhorias da infraestrutura de rede, além de programas de treinamento e estágios em IA.
Trump será acompanhado pelo senador republicano David McCormick. Eles estarão na primeira Cúpula de Energia e Inovação da Pensilvânia na Universidade Carnegie Mellon. Líderes de IA e energia, incluindo 60 executivos, devem comparecer.
Entre eles, estão Larry Fink, da BlackRock Inc., Alex Karp, da Palantir Technologies Inc., Dario Amodei, da Anthropic, Darren Woods, da Exxon Mobil Corp., e Mike Wirth, da Chevron Corp., disse o funcionário do governo.
Jon Gray, da Blackstone Inc., deve anunciar um projeto de US$ 25 bilhões para o desenvolvimento de infraestrutura de data center e energia.
Também haverá uma joint venture para aumentar a geração de energia, que deverá criar 6.000 empregos na construção civil anualmente e 3.000 empregos permanentes, de acordo com Jake Murphy, porta-voz da McCormick.
Os anúncios de terça-feira podem representar um grande passo de Trump em sua promessa de buscar a liderança dos EUA em inteligência artificial. Desde o início de seu segundo mandato, o presidente adotou uma abordagem abrangente que inclui atrair investimentos do setor privado, flexibilizar regulamentações e acelerar o processo de licenciamento para novos projetos.
No início deste ano, Trump anunciou um investimento de US$ 100 bilhões em data centers de IA da SoftBank Group Corp., OpenAI Inc. e Oracle Corp. O governo também revogou as restrições ao uso de chips de IA, estabelecidas no governo de Joe Biden (do Partido Democrata), como parte de um esforço mais amplo para impulsionar a inovação no país e facilitar o acesso de aliados dos EUA à tecnologia avançada.
As medidas do governo visam manter os EUA à frente da China na corrida da IA. Pequim investiu significativamente nessa tecnologia emergente, e a startup chinesa DeepSeek abalou os investidores em Wall Street em janeiro com seu inovador modelo R1, que sugeria que a IA poderia ser desenvolvida a um custo muito menor.
Trump e outros funcionários do governo também enfatizaram a importância de atender a outra prioridade da indústria de tecnologia: garantir que os EUA tenham energia suficiente para operar data centers de IA, que consomem muita energia. Na visão deles, o fornecimento adequado de eletricidade está interligado à segurança nacional, essencial para manter os EUA à frente dos concorrentes globais na corrida para dominar a inteligência artificial.
Até 2035, projeta-se que os data centers representem 8,6% de toda a demanda de eletricidade dos EUA, mais que o dobro da participação atual de 3,5%, de acordo com a Bloomberg.
O governo Trump afirmou que expandir o uso de energia a carvão, juntamente com a eletricidade proveniente de gás natural e nuclear, é necessário para ajudar a impulsionar o boom e alertou sobre futuros apagões caso isso não aconteça.
O Departamento de Energia dos EUA já usou a autoridade de emergência para manter em operação duas usinas de energia que estavam programadas para fechar e sinalizou que uma intervenção federal adicional pode estar próxima.