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Turquia abre julgamento histórico de golpistas de 1980

O Exército tomou o poder no país em três ocasiões desde 1960

Diante do tribunal, centenas de manifestantes pediam justiça para as vítimas do golpe (Adem Altan/AFP)

Diante do tribunal, centenas de manifestantes pediam justiça para as vítimas do golpe (Adem Altan/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2012 às 10h33.

Ancara - O julgamento do autor do golpe militar de 1980 na Turquia, Kenan Evren, e de outro membro de sua junta, Tahsin Sahinkaya, começou nesta quarta-feira em Ancara, um processo sem precedentes no país, onde o Exército tomou o poder em três ocasiões desde 1960.

Os dois homens, idosos e enfermos, não compareceram à primeira audiência do julgamento, no qual são acusados de "crimes contra o Estado" pelo golpe, que terminou com 50 execuções e milhares de detenções.

Diante do tribunal, centenas de manifestantes pediam justiça para as vítimas do golpe.

"A consciência dos golpistas na justiça!", afirmava um cartaz exibido pelos manifestantes. Outros mostravam fotos de colegas assassinados nas prisões.

A audiência - a primeira a julgar os autores de um golpe na Turquia - começou na presença de vários deputados dos principais partidos atualmente representados no Parlamento turco e que se constituíram parte civil contra os autores do golpe.

Com a alegação de que atuavam em nome da defesa dos princípios da República Turca instaurados por Mustafa Kemal Atatürk, os militares derrubaram em três ocasiões, em 1960, 1971 e 1980, os governos eleitos. Também afastaram do poder um governo islamita em 1997.

O golpe de Estado de 12 de setembro de 1980 foi o mais violento: centenas de milhares de detidos, 250.000 indiciados, 50 detidos executados, dezenas de mortos na prisão sob tortura. Além disso, milhares de turcos partiram para o exílio.

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