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UE apoia resultados eleitorais do Equador e rejeita alegação de 'fraude'

Para o bloco, não houve 'um único elemento objetivo que indique que houve fraude', depois que o Conselho Nacional Eleitoral contou 99,3% dos votos e determinou que Noboa

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 15 de abril de 2025 às 17h43.

Última atualização em 15 de abril de 2025 às 17h44.

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A missão de observação eleitoral da União Europeia no Equador descartou “categoricamente” a possibilidade de “fraude” no segundo turno das eleições presidenciais que deram a vitória a Daniel Noboa sobre Luisa González, que não aceitou os resultados e exigiu uma recontagem dos votos.

“Tudo ocorreu com absoluta normalidade e não há nenhum elemento que possa apoiar essa história de fraude nessas eleições”, disse o chefe da missão eleitoral da UE, o eurodeputado espanhol Gabriel Mato, em entrevista coletiva nesta terça-feira, quando apresentou seu relatório preliminar.

Mato reiterou que não houve “um único elemento objetivo que indique que houve fraude”, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) contou 99,3% dos votos e determinou que Noboa, candidato à reeleição, recebeu 55,6% dos votos válidos, em comparação com 44,4% de Luisa.

O chefe da missão destacou que o segundo turno das eleições presidenciais no Equador foi uma “jornada eleitoral transparente e bem organizada que refuta as narrativas de fraude, mas com a necessidade de enfrentar reformas”, pois ressaltou que o processo teve “desequilíbrios”.

Entre eles, Mato considerou que a questão da licença que o presidente deve solicitar para o período de campanha eleitoral - que Noboa se recusou a solicitar para relatar “ausências” do cargo em dias com atividades eleitorais - “não foi uma questão bem resolvida e requer reflexão para processos futuros”.

“É necessário evitar confundir os papéis de candidato e presidente, que devem ser perfeitamente delimitados”, afirmou.

Mais transparência no financiamento

O eurodeputado espanhol também alertou que o financiamento das campanhas dos candidatos “é um elemento que precisa ser melhorado” e comentou que a cobertura na imprensa nacional tem sido tratada de forma desigual entre os dois candidatos, enquanto “as redes sociais carecem de uma regulamentação mais eficaz para evitar a desinformação e também para garantir a imparcialidade”.

“A desinformação, muitas vezes amplificada por anúncios pagos, é uma questão pendente. Alguns elementos são a narrativa da fraude, que rejeitamos veementemente”, acrescentou Mato.

Com relação à proibição imposta neste segundo turno de votar com um telefone na mão para evitar possíveis extorsões de eleitores, o chefe da missão da UE comentou que não havia circunstâncias a relatar em sua aplicação.

“Foi um dia calmo, com grande presença de representantes dos dois partidos políticos, que puderam acompanhar todo o dia e a apuração com total liberdade e sem restrições, apesar dos temores infundados de que um estado de emergência estivesse em vigor em algumas regiões do país”, concluiu.

“Alegações de fraude causam enormes danos”

“O chefe da delegação de observadores do Parlamento Europeu, Nacho Sánchez Amor, advertiu que alegações infundadas de fraude “causam enormes danos à sua institucionalidade”.

“Essas acusações de fraude nunca se traduzem em acusações formais com provas e procedimentos legais. Parem de usar a fraude como um elemento normalizado da campanha eleitoral. Não observamos fraude porque as alegações também não foram levadas aos procedimentos estabelecidos”, comentou Sánchez Amor.

O eurodeputado criticou a elite política equatoriana por “dar a impressão de viver em outro país” e lamentou que “alguns argumentos (sobre as acusações de fraude) deixaram muito a desejar, como justificar a reclamação de que o resultado não é o mesmo que o refletido nas pesquisas ou nas pesquisas de boca de urna”.

“O que conta é o voto, não uma pesquisa ou a boca de urna. A mesma coisa aconteceu no primeiro turno. Os resultados que as pesquisas e a boca de urna diziam não aconteceram. Não houve fraude sistemática nessas eleições, como demonstrado pelo fato de que ninguém se atreve a apresentar provas”, concluiu.

Essa foi a primeira missão de observação eleitoral da UE no Equador e foi composta por mais de 100 pessoas, a maior delegação de observadores ao lado dos cerca de 80 enviados pela Organização dos Estados Americanos (OEA).

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