Mundo

UE é culpada por crise na Ucrânia, diz ex-chanceler alemão

Gerhard Schröder disse que órgão é o principal responsável pela crise ucraniana por ter obrigado Kiev a escolher entre um futuro junto à UE ou à Rússia


	UE: "A UE ignorou o fato de que a Ucrânia é um país profundamente dividido culturalmente" disse Schröder
 (Vasily Fedosenko/Reuters)

UE: "A UE ignorou o fato de que a Ucrânia é um país profundamente dividido culturalmente" disse Schröder (Vasily Fedosenko/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2014 às 10h52.

Berlim - O ex-chanceler alemão Gerhard Schröder estimou que a União Europeia (UE) é a principal responsável pela crise ucraniana, ao ter obrigado Kiev a escolher entre um futuro junto à UE ou à Rússia, segundo declarações publicadas no jornal Welt am Sonntag neste domingo.

"O erro fundamental vem da política da UE a favor de um tratado de associação" que Bruxelas queria assinar com a Ucrânia, declarou Schröder, amigo há muitos anos do presidente russo Vladimir Putin.

"A UE ignorou o fato de que a Ucrânia é um país profundamente dividido culturalmente. Historicamente, o povo do sul e do leste está mais orientado à Rússia e o do oeste mais à UE", ressaltou.

"Era possível falar de um tratado de associação, mas deveria ser feito com a Rússia ao mesmo tempo. O erro inicial foi ter dito que seria um tratado de associação com a UE ou uma união aduaneira com a Rússia", acrescentou.

Embora tenha garantido que "todas as partes cometeram erros", Schröder não condenou a anexação da Crimeia à Rússia, após um referendo que a comunidade internacional considera ilegal.

"A adesão da Crimeia é questionada no âmbito do direito internacional, mas agora é uma realidade. A Crimeia decidiu em referendo que queria ser uma região russa", disse.

Schröder também relativizou a influência de Moscou sobre os separatistas pró-russos ucranianos.

"A ideia de que bastaria que o presidente russo ou o chefe de governo ou qualquer outra pessoa dissesse basta para que tudo se resolvesse não é realista", comentou.

Mais de sete milhões de ucranianos no leste do país são convocados neste domingo a decidir sobre a independência das "Repúblicas Populares" autoproclamadas de Donetsk e Lugansk, duas regiões fronteiriças com a Rússia, onde os insurgentes controlam as principais cidades.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaCrises em empresasEuropaRússiaUcrâniaUnião Europeia

Mais de Mundo

Quem é Friedrich Merz, novo chanceler da Alemanha que quer independência dos EUA

Hamas diz que não vai retomar negociação com Israel até que país solte detentos palestinos

Guerra na Ucrânia completa três anos e Zelensky elogia 'heroísmo' da população

Principal alvo das tarifas sobre metais é a China, diz ex-assessora de comércio da Casa Branca