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UE propõe que europeus armazenem 'kit' de sobrevivência para no mínimo 3 dias em caso de crise

Rádio, remédio e enlatados estão entre as recomendações; objetivo da proposta é que a UE possa continuar funcionando e que seus cidadãos estejam protegidos em caso de uma crise

Kit deve servir para famílias sobreviverem por 72 horas ( Marcus Wallis/Unsplash)

Kit deve servir para famílias sobreviverem por 72 horas ( Marcus Wallis/Unsplash)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 27 de março de 2025 às 11h33.

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A Comissão Europeia (CE) propôs na quarta-feira, 26, que as famílias europeias armazenem suprimentos essenciais para pelo menos 72 horas diante de uma possível crise, como parte de uma nova estratégia de preparação para enfrentar ameaças como desastres naturais, pandemias, ciberataques ou até mesmo uma guerra.

“As novas realidades exigem um novo nível de preparação na Europa. Nossos cidadãos, nossos Estados-membros e nossas empresas precisam das ferramentas adequadas tanto para prevenir crises quanto para reagir rapidamente quando uma catástrofe ocorre”, afirmou em comunicado a presidente da CE, Ursula von der Leyen.

Como exemplo, ela disse que “as famílias que vivem em áreas propensas a inundações devem saber o que fazer quando as águas sobem”, e que “sistemas de alerta precoce podem evitar que regiões afetadas por incêndios florestais percam um tempo precioso”.

A Comissão apresentou hoje essa nova estratégia para ajudar os Estados-membros a estarem preparados diante de crises e evitar respostas fragmentadas a “desafios que não podem ser ignorados”.

Em primeiro lugar, as “crescentes tensões e conflitos geopolíticos”, as ameaças híbridas e os ciberataques, a manipulação e interferência estrangeira na informação, o terrorismo e o crime organizado, mas também as consequências da mudança climática e o aumento dos desastres naturais.

O objetivo da proposta é que a UE possa continuar funcionando e que seus cidadãos estejam protegidos em caso de uma crise desse tipo, que possa afetar a democracia ou o funcionamento de serviços básicos como saúde ou educação, ou até mesmo o mercado interno.

Concretamente, a estratégia inclui 30 ações-chave e um plano de ação com objetivos que abrangem todas as políticas da UE e contemplam, entre outras coisas, promover a preparação da população.

Assim, incentiva-se a população a adotar “medidas práticas”, como armazenar suprimentos essenciais para um mínimo de 72 horas em caso de emergência.

A CE não vai prescrever quais medicamentos estariam nesse kit de sobrevivência, já que isso é uma competência dos Estados-membros, mas pede que sejam consideradas as necessidades dos grupos vulneráveis da população, indicaram fontes comunitárias.

Destacaram que há países como a França que já detalham esse tipo de diretriz para sua população, enquanto outros não, por isso a ideia é criar um marco comum.

Da mesma forma, a estratégia defende ensinar as crianças nas escolas sobre como lidar com emergências e instituir um Dia da Preparação da UE.

Com objetivo de proteger as funções sociais essenciais da União, a Comissão pede o desenvolvimento de critérios mínimos de preparação para serviços essenciais como hospitais, escolas, transporte e telecomunicações.

Nesse contexto, também propõe melhorar o armazenamento de equipamentos e materiais essenciais, a adaptação ao clima e a disponibilidade de recursos naturais críticos como a água.

Para melhorar a coordenação da resposta a crises, propõe-se a criação de um Centro de Crises da UE para melhorar a integração entre as estruturas de crise existentes, bem como fortalecer a cooperação civil-militar.

Em particular, por meio da realização de exercícios regulares de preparação em toda a UE que reúnam as forças armadas, a proteção civil, a polícia, o pessoal de saúde e os bombeiros, além de facilitar investimentos de uso duplo (civil e militar).

Outro objetivo é reforçar as capacidades de previsão e antecipação, com uma avaliação abrangente de riscos e ameaças em escala da UE, que ajude a prevenir crises como desastres naturais ou ameaças híbridas.

Também se pretende aumentar a cooperação entre os setores público e privado por meio de um grupo de trabalho; formular protocolos de emergência com empresas para garantir a rápida disponibilidade de materiais essenciais, bens e serviços; e assegurar as linhas de produção críticas.

Por fim, a CE pede uma maior cooperação com parceiros ao redor do mundo e, em especial, com parceiros estratégicos como a OTAN, em temas como mobilidade militar, clima e segurança, tecnologias emergentes, cibersegurança, espaço e a indústria de defesa.

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