Mundo

UE se organiza para detectar ebola antes da chegada do vírus

Companhias continuam assegurando que rotas aéreas entre a Europa e países da África devem submeter seus passageiros à detecção da febre

Manchetes de jornais espanhois com repercussão sobre a contaminação da enfermeira espanhola Teresa Romero (Tom Gandolfini/AFP)

Manchetes de jornais espanhois com repercussão sobre a contaminação da enfermeira espanhola Teresa Romero (Tom Gandolfini/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2014 às 16h35.

Bruxelas - Embora se considere "altamente improvável" o risco de uma epidemia de ebola no território da União Europeia, o bloco adota desde o verão no hemisfério Norte medidas de prevenção para detectar de forma eficaz a chegada do vírus no Continente europeu.

Cada Estado-membro é responsável por sua aplicação.

Exame de passageiros

Aplicando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), as companhias aéreas que continuam assegurando as rotas aéreas entre a Europa e os países do oeste da África devem submeter seus passageiros, no local de partida, à detecção da febre.

A princípio, um passageiro com febre não pode embarcar no avião até que se verifique seu estado de saúde.

No entanto, segundo os especialistas, este controle não é infalível, já que a pessoa em questão pode fazer baixar a febre com paracetamol.

Se forem registrados sintomas durante o voo, o passageiro será isolado dentro do avião e, em sua chegada ao destino, uma equipe médica fará sua transferência.

Londres anunciou nesta quinta-feira que completaria este dispositivo, introduzindo a detecção em seus principais aeroportos e terminais do trem Eurostar.

Em nível europeu, a UE discutirá em 17 de outubro como reforçar os controles, o que por enquanto a OMS não recomenda.

Não são recomendadas viagens às zonas de risco, particularmente para Guiné, Serra Leoa e Libéria.

Informações para viajantes e pessoal médico

Serão colocados à disposição folhetos para os passageiros que voltam das zonas de risco, convidando-os a monitorar sua temperatura durante 21 dias, o período máximo de incubação do vírus, e contatar um médico caso a febre seja superior ou igual a 38 graus Celsius.

O pessoal médico deve estabelecer os antecedentes dos pacientes que os contatarem com supostos sintomas de ebola e enviá-los, em caso de dúvidas, aos hospitais de referência indicados por cada país.

Estes hospitais devem possuir quartos com pressão negativa para permitir o isolamento, equipamento de proteção e pessoal formado.

Em caso de contaminação, está previsto o acompanhamento das pessoas próximas ao paciente.

A UE se comprometeu nesta quinta-feira a reforçar este tipo de informação. Na Bélgica, houve médicos gerais que se queixaram de não ter recebido recomendações.

Protocolos para repatriamento sanitário

A Comissão Europeia quer garantir que o pessoal médico enviado à África possa, se for necessário, se beneficiar de repatriações sanitárias seguras.

Desde o início da epidemia, só oito evacuações deste tipo foram feitas para a UE em aviões militares ou recorrendo a uma empresa privada americana.

A UE tenta elaborar a lista de recursos aéreos disponíveis com a ideia de criar "guardas aéreas" entre a meia dúzia de países dispostos a colocar à disposição os aparelhos (Espanha, França, Itália, Luxemburgo, Bélgica, Dinamarca e Noruega, que não faz parte da UE).

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaDoençasEbolaEpidemiasEuropaUnião Europeia

Mais de Mundo

Quem é Friedrich Merz, novo chanceler da Alemanha que quer independência dos EUA

Hamas diz que não vai retomar negociação com Israel até que país solte detentos palestinos

Guerra na Ucrânia completa três anos e Zelensky elogia 'heroísmo' da população

Principal alvo das tarifas sobre metais é a China, diz ex-assessora de comércio da Casa Branca