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Últimos acontecimentos no cessar-fogo em Gaza: Hamas diz que libertará reféns

O cessar-fogo em Gaza é mantido pelo terceiro dia neste domingo (12), na véspera de uma troca prevista de reféns e prisioneiros

Acordo de paz entre Israel e Hamas: pessoas celebram em Tel Aviv (Maya Levin/AFP)

Acordo de paz entre Israel e Hamas: pessoas celebram em Tel Aviv (Maya Levin/AFP)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 12 de outubro de 2025 às 12h11.

O cessar-fogo em Gaza é mantido pelo terceiro dia neste domingo (12), na véspera de uma troca prevista de reféns e prisioneiros, assim como de uma cúpula internacional que busca abrir um caminho para a paz após dois anos de guerra.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está entre os líderes esperados na segunda-feira na cidade egípcia de Sharm el-Sheikh para a cúpula de paz sobre Gaza, que será presidida juntamente com o presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi.

A seguir, os acontecimentos mais recentes no processo de paz:

Troca de reféns e prisioneiros

O acordo de paz em Gaza depende de ambas as partes honrarem o compromisso assumido de trocar reféns israelenses sequestrados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 por palestinos detidos em prisões israelenses.

Serão 48 reféns israelenses (20 vivos e 28 falecidos) em troca de 250 prisioneiros palestinos e 1.700 habitantes de Gaza detidos por Israel desde o início da guerra.

O Hamas afirmou que libertará os reféns israelenses na segunda-feira pela manhã, antes do prazo, que se encerra ao meio-dia (6h em Brasília), conforme os termos do acordo de cessar-fogo proposto por Trump.

O grupo terrorista insiste que a lista de prisioneiros que Israel libertará sob o acordo de cessar-fogo de Gaza deve incluir sete líderes palestinos proeminentes exigidos pelo movimento islamista, disseram fontes próximas às negociações à AFP neste domingo (12).

"O Hamas insiste que a lista final inclua sete líderes de alto escalão, incluindo Marwan Barghouti, Ahmad Sa'adat, Ibrahim Hamed e Abbas Al Sayyed", disse uma pessoa próxima às negociações. A informação foi confirmada por uma segunda fonte.

A primeira fonte também afirmou que o movimento islamista Hamas, que governa Gaza, e seus aliados já "concluíram todos os preparativos" para entregar a Israel todos os reféns restantes e alguns dos mortos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que espera que seu país possa celebrar um "dia de alegria nacional" na noite de segunda-feira, assim que os reféns vivos e falecidos em cativeiro sejam devolvidos.

Cúpula sobre Gaza

Trump e Al-Sisi presidirão na segunda-feira a cúpula de paz sobre Gaza em Sharm el-Sheikh.

A reunião tem como objetivo "encerrar a guerra na Faixa de Gaza, intensificar os esforços para alcançar a paz e a estabilidade no Oriente Médio, e inaugurar uma nova era de segurança e estabilidade regionais", segundo o gabinete do presidente egípcio.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, confirmou sua presença, assim como o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer; o presidente francês, Emmanuel Macron; o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez; a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni; e o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

Um porta-voz do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse neste domingo que nenhuma autoridade israelense participará da cúpula, e o Hamas afirmou que não participará da reunião porque já atua por meio de mediadores do Catar e do Egito.

Pontos complicados do acordo

Os reféns do Hamas e os prisioneiros de Israel serão libertados a partir da manhã de segunda-feira. Sobre esse ponto, há total concordância.

No entanto, um alto funcionário do Hamas, Husam Badran, afirmou que a segunda fase do plano de paz, que inclui o desarmamento do grupo, implica em negociações "mais complexas e difíceis".

Outro dirigente do Hamas, que pediu anonimato, disse no sábado à AFP que a proposta de desarmamento do movimento islamista "está fora de questão e não é negociável".

O papel do Hamas após a guerra

Uma fonte do Hamas próxima à equipe negociadora do grupo afirmou neste domingo que o movimento islamista não participará do governo de Gaza após a guerra.

A fonte, que pediu para permanecer anônima, disse que "o Hamas não participará de maneira alguma na fase de transição, o que significa que renunciou ao controle da Faixa, mas continua sendo uma parte fundamental do tecido social palestino".

"O Hamas aceita uma trégua de longo prazo e que suas armas não sejam utilizadas de forma alguma durante este período, exceto em caso de ataque israelense contra Gaza", acrescentou a fonte.

Israel promete destruir túneis do Hamas

O ministro da Defesa israelense afirmou neste domingo que Israel planeja destruir o que resta da rede de túneis do Hamas em Gaza, após a liberação dos reféns.

O ministro Israel Katz disse que havia ordenado ao Exército que se preparasse para a missão, qualificando a destruição dos túneis como "o grande desafio" de Israel após a fase de troca de reféns por prisioneiros.

Habitantes de Gaza retornam a lares destruídos

A Defesa Civil de Gaza, que opera sob autoridade do Hamas, afirmou que mais de 500.000 pessoas retornaram à Cidade de Gaza na noite de sábado, após o cessar-fogo.

Homens, mulheres e crianças vagavam por ruas cheias de escombros, procurando o que restou de seus lares. Um drone da AFP mostrou quarteirões inteiros de edifícios reduzidos a concreto quebrado e aço retorcido.

"Parei em frente a ela e chorei. Todas as minhas memórias são apenas pó", disse à AFP Raja Salmi, de 52 anos, ao encontrar sua casa destruída no bairro de Al Rimal.

Manifestações em Israel

O enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, junto com a filha do presidente americano, Ivanka, participaram na noite de sábado de uma manifestação massiva em Tel Aviv, organizada por familiares e apoiadores dos reféns.

A multidão exclamou "Obrigado, Trump" durante o encontro.

"Finalmente sentimos esperança, mas não podemos nem vamos parar agora", disse Zairo Shachar Mohr Munder, sobrinho de um refém do Hamas cujo corpo foi recuperado em agosto passado.

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