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Publicado em 14 de julho de 2025 às 08h37.
A União Europeia planeja intensificar conversas com países que também foram atingidos pelas tarifas impostas por Donald Trump, numa estratégia para enfrentar as novas ameaças do presidente norte-americano ao bloco e a outros parceiros comerciais.
Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, a UE tem mantido contatos com nações como Canadá e Japão, avaliando a possibilidade de ações coordenadas. Essa mobilização ocorre em meio ao impasse nas negociações entre europeus e americanos, travadas em temas como tarifas agrícolas e no setor automotivo.
Os Estados-membros da UE foram informados sobre o andamento dessas tratativas no domingo, 13.
Nesta segunda-feira, 14, a comissária europeia de Concorrência, Teresa Ribera, afirmou que o bloco pretende aprofundar acordos comerciais com a Índia e outros países da região Ásia-Pacífico.
“Precisamos explorar até onde, e quão profundamente, podemos avançar na região do Pacífico com outros países”, disse Ribera em entrevista à Bloomberg TV, feita em Pequim, onde participa de diálogos sobre clima com autoridades chinesas. Segundo ela, as negociações comerciais com a Índia seguem em curso e devem ser concluídas até o fim do ano.
No domingo, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que o grupo vai estender até 1º de agosto a suspensão das contramedidas comerciais contra os EUA. Essas medidas haviam sido criadas em resposta às tarifas aplicadas por Trump sobre aço e alumínio, mas estavam suspensas e poderiam voltar a valer a partir da meia-noite de terça-feira.
“Paralelamente, continuaremos a preparar novas contramedidas para estarmos totalmente prontos”, declarou von der Leyen, reiterando a preferência europeia por uma “solução negociada”.
O chanceler alemão Friedrich Merz alertou, neste domingo, que tarifas de 30% poderiam atingir “no cerne” os exportadores da maior economia da Europa, caso não se alcance uma solução negociada para o conflito comercial.
Segundo a reportagem, Merz disse estar coordenando de perto com outros líderes europeus para evitar a implementação de tarifas tão elevadas. “Isso exige duas coisas: unidade na União Europeia e boas linhas de comunicação com o presidente americano”, disse o líder à emissora ARD.