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União Europeia e Estados Unidos estão perto de concluir acordo com tarifas de 15%, diz jornal

Tanto o bloco quanto os EUA suspenderiam tarifas sobre alguns produtos, como aeronaves, bebidas alcoólicas e equipamentos médicos

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 23 de julho de 2025 às 13h37.

Última atualização em 23 de julho de 2025 às 13h51.

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A União Europeia e os Estados Unidos estão avançando em um acordo comercial que estabeleceria tarifas de 15% sobre as importações europeias, segundo fontes ouvidas pelo Financial Times nesta quarta-feira, 23. A medida é similar à que o presidente dos EUA, Donald Trump, firmou com o Japão na noite da última terça-feira, 22.

Nas negociações, tanto a UE quanto os EUA suspenderiam tarifas sobre alguns produtos, como aeronaves, bebidas alcoólicas e equipamentos médicos, disseram as fontes ao site em condição de anonimato.

A União Europeia segue trabalhando em um possível pacote de tarifas retaliatórias no valor de 93 bilhões de euros (aproximadamente US$ 109 bilhões), com alíquotas de até 30%, que seriam aplicadas caso o bloco econômico não chegue a um acordo com Trump até o dia 1º de agosto.

Até o momento, a Casa Branca e a União Europeia não se manifestaram sobre a conclusão do acordo.

A notícia sobre o avanço na definição do acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos resultou na valorização do euro, que conseguiu recuperar as perdas anteriores e fechou estável em relação ao dólar. As ações americanas também registraram ganhos, com o S&P 500 subindo 0,6%.

Desde abril, os exportadores europeus têm enfrentado uma tarifa adicional de 10% sobre produtos enviados aos Estados Unidos, enquanto as negociações entre Washington e Bruxelas continuavam. Essa tarifa se soma às taxas já existentes, que possuem uma média de 4,8%.

Guerra tarifária em pausa?

Na quarta-feira, a Comissão Europeia reiterou que o principal objetivo é encontrar uma solução com os Estados Unidos, visando evitar as tarifas de 30% que Trump anunciou para serem impostas ao bloco de 27 países a partir de 1º de agosto.

Em 2024, os Estados Unidos importaram mais de US$ 55 bilhões em veículos e peças automotivas do Japão, enquanto da UE o valor foi de 47,3 bilhões de euros (cerca de US$ 55,45 bilhões), com um número consideravelmente menor de modelos americanos vendidos tanto no mercado europeu quanto no japonês.

Acordo com o Japão

Nesta terça-feira, 22, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira, 22, que concluiu um acordo comercial "gigantesco" com o Japão, que envolve tarifas recíprocas de 15%.

De acordo com um comunicado feito pelo republicano na rede social Truth Social, o entendimento envolve investimentos de US$ 550 bilhões e que os EUA receberão "90% dos lucros".

Trump também afirmou que o Japão "abrirá o país ao comércio, incluindo carros e caminhões, arroz e alguns outros produtos agrícolas, entre outros". O presidente dos EUA acrescentou que o acordo também criaria "centenas de milhares de empregos".

"Acabamos de concluir um acordo gigantesco com o Japão, talvez o maior acordo já feito. O Japão investirá, sob minha orientação, 550 bilhões de dólares nos Estados Unidos, que receberão 90% dos lucros. Esse acordo criará centenas de milhares de empregos — nunca houve nada parecido. Talvez o mais importante seja que o Japão abrirá seu país ao comércio, incluindo carros e caminhões, arroz e certos outros produtos agrícolas, entre outras coisas. O Japão pagará tarifas recíprocas de 15% aos Estados Unidos. Este é um momento muito empolgante para os Estados Unidos da América, especialmente pelo fato de continuarmos sempre a ter um ótimo relacionamento com o Japão. Obrigado por sua atenção a este assunto!"

Em sua carta enviada ao Japão no início deste mês, Trump ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre as exportações do país para os EUA a partir de 1º de agosto, um ponto percentual acima da taxa de 24% anunciada durante suas tarifas do "Dia da Libertação" de 2 de abril.

Automóveis japoneses importados para os EUA já estão sujeitos a uma tarifa de 25%, em linha com os demais países. As exportações de automóveis para os EUA são um pilar da economia japonesa, representando 28,3% de todas as remessas em 2024, segundo informações da CNBC.

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