Mundo

Usina de Jirau espera financiamento adicional do BNDES

O investimento total estimado para a usina é de R$ 15,4 bilhões, segundo a atualização de junho de 2012

Da energia da usina, 73% já está contratada no mercado regulado e os 27% restantes, que devem ser detinados ao mercado livre (Fernanda Preto/Veja)

Da energia da usina, 73% já está contratada no mercado regulado e os 27% restantes, que devem ser detinados ao mercado livre (Fernanda Preto/Veja)

DR

Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2012 às 14h19.

São Paulo - A usina hidrelétrica Jirau está prestes a receber um financiamento adicional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) que buscará cobrir custos da expansão da capacidade instalada já aprovada, além de custos complementares do projeto, informou o gerente de Relações com o Mercado da IPR GDF Suez, em apresentação a investidores.

"Estamos em discussões avançadas com o BNDES para uma linha de crédito adicional que brevemente será divulgada", disse Elio Wolf em reunião da Apimec nesta sexta-feira.

A GDF Suez tem 50,1 por cento de participação na hidrelétrica de Jirau, que está sendo construída no Rio Madeira, com 3.750 MW, e tem previsão para entrar em operação em janeiro de 2013.

O representante da GDF Suez não quis falar em valores do financiamento adicional que está sendo discutido. Já o diretor financeiro da Tractebel, Eduardo Sattamini, disse que os valores que estão sendo mencionados podem chegar a um financiamento de 2,5 bilhões de reais adicionais.

A Tractebel é controlada pela GDF Suez e terá a participação da empresa francesa em Jirau no futuro. "A transferência de Jirau para a Tractebel vai levar um certo tempo, até pela complexidade do projeto e do processo", disse Sattamini.

O executivo falou a jornalistas após a apresentação que a expectativa é que o processo de transferência da usina de Jirau possa ser iniciado ainda em 2012, mas ocorrerá ao longo do ano que vem e se finalizado antes do segundo semestre, "seria uma surpresa".

Entre algumas questões que devem ser definidas antes da transferência do projeto, estão a aprovação do financiamento adicional, questões relacionadas à venda de créditos de carbono e a obtenção de licença de operação do projeto.

O investimento total estimado para a usina de Jirau é de 15,4 bilhões de reais, segundo a atualização de junho de 2012, sendo que a hidrelétrica já conta com um financiamento de 7,2 bilhões de reais.

Da energia da usina, 73 por cento já está contratada no mercado regulado e os 27 por cento restantes, que devem ser detinados ao mercado livre, ainda não têm previsão de quando serão comercializados.


"Isso não é condição precedente para fazer a transferência (da usina) à Tractebel", disse Wolf, da GDF Suez.

Jirau é controlada pela Energia Sustentável do Brasil, da qual fazem parte a GDF Suez (50,1 por cento), a Camargo Corrêa (9,9 por cento), a Eletrosul (20 por cento) e a Chesf (20 por cento).

A hidrelétrica, pleiteia ainda a aprovação do aumento da energia assegurada em 90 MW médios.

Dividendos da Tractebel

A Tractebel tem o compromisso com os acionistas de não acumular caixa, segundo mencionou Sattamini, nesta sexta-feira, e a geradora não deve ter um grande comprometimento do caixa neste ano, já que a conclusão de transferência de Jirau deve ocorrer só em 2013.

"Quando a transação for concretizada, é que vai ocorrer a assunção da dívida à Tractebel... um pagamento de equity do capital próprio investido, e é nesse momento então que vai ocorrer algum desembolso pela Tractebel", explicou Sattamini.

A Tractebel anunciou na quinta-feira, o pagamento de dividendos intercalares no total de 693,76 milhões de reais, e a companhia tem realizado um payout de 100 por cento.

Sattamini não quis, no entanto, detalhar qual será o payout para o resto do ano.

A Tractebel é uma das maiores geradoras de energia privada no país, com cerca de 6.907 Megawatts (MW) de capacidade instalada.

Acompanhe tudo sobre:Investimentos de empresasBNDESUsinas

Mais de Mundo

Trump reforça desejo de se reunir com Putin na Hungria

'Acordo de Paris não seria possível hoje', diz 'pai' do tratado

Orbán encontra Eduardo Bolsonaro e critica 'caça às bruxas' no Brasil