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Van Rompuy: Europa não deixará que euro desapareça

Presidente do Conselho Europeu destacou que crise na UE ainda não acabou e pediu mais tempo para os país fazerem os ajustes necessários

Herman Van Rumpuy, presidente do Conselho Europeu: crise continua (Mark Renders/Getty Images)

Herman Van Rumpuy, presidente do Conselho Europeu: crise continua (Mark Renders/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2011 às 15h18.

Paris - A Europa não deixará o euro "desaparecer", afirmou nesta terça-feira o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, ao falar sobre a crise da dívida soberana que assola alguns países da Eurozona, em particular Grécia, Irlanda e Portugal.

"Não deixaremos o euro desaparecer", declarou Van Rompuy, na abertura das comemorações do 50º aniversário da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris.

Von Rompuy, entretanto, indicou que a crise da dívida ainda "não terminou", principalmente na Grécia. Além disso, ameaça contagiar outros países como Espanha e Itália, que lutam para se distanciar do abismo enfrentado por Atenas, Lisboa e Dublin, que precisaram de empréstimos bilionários da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) para evitar a banacrrota.

Para o presidente do Conselho Europeu, o governo da UE, um dos problemas é que "não estamos dando tempo suficiente para que estes países se ajustem", especialmente a Grécia, que aplicou um draconiano programa de ajustes para reduzir o déficit e conseguiu, em um ano, diminuir em cinco pontos sua dívida.

"É uma pena", lamentou, mencionando o exemplo da Bélgica, seu país natal, que também tinha uma dívida enorma, "no nível da Grécia", em relação a seu produto interno bruto (PIB).

Bruxelas, explicou, conseguiu reduzir paulatinamente o déficit com a ajuda das políticas adequadas, sem ser pressionada pelos mercados como acontece neste momento com os países da Eurozona que passam por esta dificuldade.

Os gregos "fizeram muito, e ainda falta muito a fazer" - e o mesmo vale para os espanhóis, por exemplo, que empreenderam medidas muito "valentes", nas palavras do secretário-geral da OCDE, o mexicano Angel Gurría, que também participou da cerimônia.

Diante dos temores provocados pela impossibilidade de uma redução mais rápida da descomunal dívida grega, que este ano deve bater 157% do PIB, Van Rompuy disse que um reescalonamento da dívida grega "não faria senão agravar a situação".

"Nossa orientação é evitar uma falha", indicou, acrescentando que os fundamentos econômicos europeus "são melhores do que em outros países industrializados".

O governo grego anunciou na segunda-feira um novo pacote de medidas para reduzir o déficit de 7,7% do PIB em 2011, incluindo a venda imediata de participações do Estado na empresa de telecomunicações mais importante do país, a OTE, no banco postal e nos portos de Atenas e Salonica, assim como na estatal de águas de Salonica.

O governo espera arrecadar até 50 bilhões de euros até 2015 com a venda de ativos públicos.

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