São Paulo – Uma nova análise dos resultados do Pisa  - o mais importante teste global de educação -, divulgada hoje (18), revelou a relação entre a ocupação dos pais e o desempenho dos filhos nas três disciplinas avaliadas – matemática, leitura e ciências. Em geral, filhos de pais com altos cargos executivos e administrativos ou médicos e professores vão melhor em matemática que filhos de pais em profissões “básicas”, como da área de limpeza. O estudo elencou e nomeou nove tipos de profissões, dos mais bem qualificados aos menos qualificados, para depois comparar com as notas: 1. Gerentes (cargos executivos, chefes em empresas etc) 2. Profissionais (área médica, científica, de tecnologia, professores, profissionais das área legal, social e cultura) 3. Técnicos e profissionais associados (empregos associados às áreas de tecnologia, cultura, ciência) 4. Trabalhadores de suporte (empregados de modo geral, como de escritórios e de bancos) 5. Serviços e vendas (vendedores, área comercial) 6. Agricultores, área de pesca e florestal 7. Trabalhadores da indústria (construção civil, indústrias pesadas, eletrônica) 8. Operadores de maquinário (em indústrias e serviços) 9. Ocupações elementares (funcionários de limpeza, trabalhos de rua) A partir dessas divisões, veja algumas relações ao redor do mundo das carreiras com a educação dos filhos:

Em quase todos os 63 países, os filhos de pais em cargos da área médica, científica ou de educação têm os melhores resultados em matemática. Somente na Colômbia, Indonésia, Itália, México, Peru e Suécia são os filhos de pais em cargos executivos e de negócios que se saem melhor na disciplina. 

Os filhos de funcionários de cargos elementares (como de limpeza) em Xangai têm resultados melhores que o de todas as crianças em 50 países – inclusive filhos de pais em altas posições.

Os filhos de pais da área de limpeza no Peru tiveram os piores resultados do Pisa em matemática.

Já os filhos de profissionais da área médica, científica e de educação em Xangai tiveram os melhores resultados do Pisa em matemática

Países como Eslováquia, China, Uruguai e Liechtenstein têm o maior abismo entre as piores notas (filhos de pais de profissionais elementares) e as melhores notas (filhos de pais em cargos executivos ou das áreas de ciência e educação, por exemplo): as notas podem cair ou subir mais de 100 pontos.

No Brasil, os piores alunos em matemática, leitura e ciência são filhos de pais da área de pesca e florestal; os melhores, de pais da área de tecnologia da informação.

Sobre o melhor país do Pisa, China (Xangai): os piores em matemática são filhos de pais da área de vendas populares; os melhores, de pais da área de tecnologia da informação.

Sobre o pior país do Pisa, Peru: os piores em matemática são filhos de pais da área de pesca e florestal; os melhores, filhos de pais da área de gerência e vendas.

Bons resultados em países como China, Singapura e Coreia do Sul mostram que filhos de pais que trabalham em fábricas podem ter bons resultados nas escolas - resultados tão bons quanto filhos de pais em altos cargos em países da Europa e da América Latina.