Venezuela: Nicolás Maduro, presidente do país, vive sob pressão dos opositores ao regime e críticas da comunidade internacional (AFP PHOTO / PRESIDÊNCIA VENEZUELANA / FOLHETO / /AFP)
Agência de Notícias
Publicado em 31 de março de 2025 às 20h09.
O governo de Nicolás Maduro convidou nesta segunda-feira, 31, as empresas petroleiras estrangeiras a manterem as operações na Venezuela, apesar da revogação de licenças por parte dos Estados Unidos de vários parceiros da estatal venezuelana PDVSA, como a espanhola Repsol.
Em um comunicado, a vice-presidente e ministra de Hidrocarbonetos, Delcy Rodríguez, afirmou que “as empresas internacionais que operam no país sem licença de nenhum governo estrangeiro estão em pleno funcionamento” e as que têm licenças dos EUA “são bem-vindas a continuar participando da produção em um esquema de ganho mútuo dos contratos assinados”.
Ela destacou que a produção de petróleo no país "está normalizada e de acordo com o plano elaborado para aumentar a produção nos diferentes campos”.
Rodríguez acrescentou que a PDVSA “mantém sua produção de gás para aumentar o abastecimento interno e está concentrada em projetos de exportação com empresas internacionais, assim como em seu sistema nacional de refino”.
Essa foi a segunda declaração do governo venezuelano sobre a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de revogar as permissões de exportação de petróleo bruto e derivados do país sul-americano para os parceiros da PDVSA, entre eles também a americana Global Oil Terminals, a italiana Eni, a francesa Maurel & Prom e a indiana Reliance Industries.
No domingo, a vice-presidente relatou uma “comunicação fluida com as empresas transnacionais de petróleo e gás que operam no país”, garantindo-lhes que o governo vai continuar “a cumprir os acordos firmados” e manter operações conjuntas.
De acordo com a imprensa americana, a maioria dessas empresas petrolíferas já havia suspendido as importações de petróleo venezuelano depois que Trump ordenou uma tarifa de 25% sobre exportações de petróleo bruto e gás do país sul-americano.
No caso da Repsol e da Reliance, que têm uma grande presença nos Estados Unidos, elas solicitaram autorização para operar na Venezuela e evitar incorrer em sanções.
Agora, as empresas têm até o final de maio para liquidar suas operações no país latino-americano, o que fortaleceria a campanha do governo Trump para isolar o governo Maduro.
Nesta segunda-feira, o CEO da Repsol, Josu Jon Imaz, afirmou que a empresa espanhola tem uma “relação direta” com o governo dos EUA, com o qual mantém um “diálogo aberto e fluido”, e que vai analisar a situação para determinar se é “capaz de buscar mecanismos” para continuar operando na Venezuela.