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Vínculo histórico e apoio crucial: após 'bate-boca' com Trump, Zelensky ameniza tom

A discussão foi transmitida ao vivo por emissoras de televisão e marcou um dos momentos mais tensos entre Washington e Kiev desde o início da invasão russa à Ucrânia

Publicado em 1 de março de 2025 às 12h03.

Última atualização em 1 de março de 2025 às 12h09.

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Horas após um forte e midiático embate com o presidente dos Estados Unidos, Volodymyr Zelensky, chefe de estado da Ucrânia, afirmou nesta sexta-feira, 28, em entrevista à rede Fox News, que tem “respeito” por Donald Trump, ainda que tenha evitado pedir desculpas pelo ocorrido no Salão Oval da Casa Branca.

“Acho que temos que ser muito abertos e honestos, e não tenho certeza se fizemos algo errado”, disse Zelensky.

Nesta manhã de sábado, 1º, o líder ucraniano usou seu perfil nas redes sociais para publicar uma série de declarações sobre as relações entre os dois países. Nas mensagens, destacou a importância do apoio americano ao longo dos três anos de invasão em grande escala e expressou gratidão tanto ao governo quanto ao povo dos Estados Unidos.

Zelensky enfatizou que "é crucial para nós ter o apoio do Presidente Trump" e que, embora o presidente americano alegue querer encerrar o conflito, "ninguém deseja a paz mais do que nós", pois são os ucranianos que estão vivendo diretamente as consequências da guerra.

Ressaltou ainda que "nossa relação com o Presidente americano é mais do que apenas dois líderes; é um vínculo histórico e sólido entre nossos povos", numa provável tentativa de convencer que a parceria entre as duas nações transcenda questões políticas momentâneas.

Por fim, em tom de gratidão, afirmou que "o povo americano ajudou a salvar nosso povo" e expressou o desejo de manter e fortalecer as relações com os Estados Unidos no futuro.

Relações estremecidas entre EUA e Ucrânia

A discussão entre os líderes foi transmitida ao vivo por emissoras de televisão e marcou um dos momentos mais tensos entre Washington e Kiev desde o início da invasão russa à Ucrânia.

Perguntado se a troca de farpas com Trump poderia prejudicar o povo ucraniano, Zelensky afirmou que o episódio “não foi bom para nenhum dos lados”, mas reforçou sua posição contra a Rússia.

“Os americanos são nossos melhores amigos, os europeus são nossos melhores amigos, e Putin e a Rússia são nossos inimigos” , declarou.

O presidente ucraniano lamentou que o debate tenha ocorrido diante das câmeras, sugerindo que certos temas deveriam ser discutidos longe da imprensa. Mesmo assim, ele aproveitou a entrevista para agradecer ao povo americano e ao Congresso pelo apoio à Ucrânia ao longo da guerra.

Pressão política e ameaça de corte no apoio militar

O bate-boca no Salão Oval teve repercussões imediatas. O senador Lindsey Graham, um dos maiores aliados republicanos da Ucrânia, pediu a saída de Zelensky do cargo como forma de restaurar as relações com os EUA.

Zelensky, no entanto, negou qualquer intenção de renunciar.

“Não planejo deixar o cargo” , afirmou.

A tensão aumentou ainda mais após a decisão de Trump de cancelar o almoço e a coletiva de imprensa que estavam planejados para depois da reunião. Além disso, Zelensky saiu da Casa Branca sem assinar um acordo de exploração de minerais e terras raras, que Trump exigia como contrapartida ao apoio militar dos EUA.

Possível suspensão de envio de armas à Ucrânia

De acordo com o jornal The Washington Post, Trump já considera suspender remessas de equipamentos militares para Kiev, incluindo radares, veículos, munições e mísseis.

A medida pode enfraquecer ainda mais as forças ucranianas no conflito contra a Rússia, tornando incerto o futuro do apoio americano à guerra.

Com essa reviravolta, a Ucrânia se vê em uma posição delicada: enquanto busca manter o apoio militar dos EUA, enfrenta uma crescente pressão política dentro de Washington.

(Com Agência EFE)

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